A Subsidiária de mobilidade urbana da fabricante de aeronaves tem um começo de junho agitado, e controladora sobe quase 15% na Bolsa
O eVTOL é um veículo aéreo de mobilidade urbana que tem decolagem e pouso verticais, em movimento semelhante a um helicóptero. Mas a Eve, que é dona do projeto e vai fabricar as aeronaves, tem transformado a ação da Embraer (EMBR3), sua controladora, em algo mais parecido com um foguete.
A Embraer confirmou uma negociação com a Zanite Acquisitions para uma possível fusão com a Eve, em uma empresa que seria avaliada inicialmente em US$ 2 bilhões, segundo informações da agência Bloomberg.
Por isso, Embraer ON subia quase 15% perto das 13 horas, maior alta do Ibovespa, dando ainda mais força à tendência de valorização da empresa neste ano de 2021, e mais ainda, desde o cancelamento do acordo com a Boeing, no começo de 2020.
Até hoje, a ação acumula alta de aproximadamente 125% neste ano. Desde o anúncio oficial da desistência pela Boeing, em abril do ano passado, o valor de mercado da Embraer aumentou 230%.
A Eve, uma empresa incubada pela aceleradora EmbraerX durante 4 anos, foi lançada em outubro do ano passado e começou a dar seus primeiros passos efetivamente nestes primeiros dias de junho.
Foram dois acordos anunciados em menos de uma semana. Primeiro com a norte-americana Halo, com pedido de 200 veículos eVTOL. Depois, com a Helisul, para desenvolver toda a estrutura de serviços no Brasil, e pedido de 50 unidades.
As entregas devem ser realizadas a partir de 2026, mas o mercado já antecipa um ganho de valor para a Embraer com a Eve. E esta parece ser a base do interesse da Zanite, empresa focada em aquisição de participações em empresas de aviação e inovação.
Visão de analistas
A desconfiança dos analistas em relação à Embraer, provocada principalmente pela pandemia de covid-19, parece estar ficando para trás.
O BTG Pactual deixa claro que está começando a mudar de ideia sobre a empresa. A recomendação ainda é Neutra, mas com a notícia sobre a possível fusão entre Eve e Zanite, e a recuperação da demanda na aviação comercial nos Estados Unidos e na Europa, deixam o banco “cada vez mais otimista”.
O banco ressalta que o valor de mercado estimado da nova empresa, de US$ 2 bilhões, ou R$ 10,1 bilhões, ficaria próximo do valor da própria Embraer, que hoje está próximo de R$ 14,5 bilhões.
Tudo indica que o movimento é bastante positivo. “A Embraer vem investindo em novas vertentes de tecnologia, e com a possível fusão, a empresa conseguirá gerar maior valor, além de entrar em um novo mercado muito específico”.