A Eletrobras (ELET3) sobe com expectativa de privatização – parecer até sexta

O senador Marcos Rogério (DEM-RO), relator da Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras (ELET3), pretende entregar o seu parecer sobre o texto até o fim desta semana. A expectativa sobre a privatização tem gerado um impacto positivo sobre o papel, que acumula alta mensal de 19,66%, cotado a R$ 45. Vale lembrar que a ação começou o ano na casa dos R$ 35 e chegou a cair para R$ 27 em fevereiro.

Segundo o parlamentar, a ideia é levar o texto a plenário na quinta-feira (10) ou no início da semana que vem. O relator, na tarde de terça (8), se encontrou com o ministro da economia, Paulo Guedes. Ambos falaram à imprensa após o encontro.

“Vamos apresentar um relatório que vai procurar reunir as convergências. E nos pontos que houver divergências, vamos submeter a voto. Mas o nosso esforço, num compromisso que fiz com o ministro Paulo Guedes, é de apresentar o relatório ainda esta semana e votarmos, se não na quinta-feira, no início da próxima semana”, disse o relator.

Além disso, o senador afirmou que vai tentar deixar o texto mais próximo do que foi aprovado na Câmara.

“Não descarto a possibilidade de acolher emenda. É prerrogativa dos senadores sugerir melhorias, faz parte do processo. Mas o nosso esforço é trabalhar com o texto que veio da Câmara, e que há um entendimento com o governo, sem grandes alterações”.

Privatização da Eletrobras é “esquisita”, diz especialista

Na noite do dia 19 de maio a Câmara aprovou a MP que prevê a desestatização da estatal do setor de energia, prevendo um modelo que, no fim das contas, amplia a oferta de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e reduz a detenção da União em relação aos papéis.

Contudo, o Estado ainda mantém a golden share – uma fatia de ações preferencial que garante que o governo brasileiro possua o poder de veto para questões estratégicas.

Ainda assim, esse modelo não foi recebido com amplo aceite pelo mercado, recebendo algumas críticas e análises negativas de especialistas.

“É uma privatização esquisita”, pontuou Rodrigo Leite, professor de Finanças e Controle Gerencial do Coppead/UFRJ. “Sui generis”, acrescentou o docente, em entrevista ao Suno Notícias.

O desempenho das ações

No fechamento do pregão desta terça-feira (8), os papéis da companhia apresentavam queda de 2,65%, apesar da alta no acumulado mensal.

Deste modo, os papéis da Eletrobras apresentam preço de R$ 45,23 por ação ordinária, com volatilidade estimulada pela discussão sobre a privatização.