Manhã cripto: sanções à Rússia dão fôlego a mercado e Bitcoin (BTC) ganha 4,5% e Ethereum (ETH) sobe 7%; Avalanche (AVAX) decola

Bitcoin está próximo de recuperar faixa dos US$ 39 mil e bom momento é refletido em todas as principais criptomoedas

O Bitcoin (BTC) se recupera nesta quarta-feira (23) e sobe 4,5%, cotado a US$ 38.707,89 nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) ganha ainda mais terreno, com alta de 6,9% e negociado a US$ 2.721,74. O mercado de criptomoedas se vê em um bom momento.

A Rússia enfrenta pressão crescente e sanções econômicas nesta quarta-feira, enquanto Estados Unidos e aliados coordenam punições e denunciam o início de uma “invasão da Ucrânia”, segundo reportagem do New York Times. 

Depois das penalidades anunciadas pelos EUA e outros países, Austrália, Canadá e Japão se uniram em esforços semelhantes para impedir os avanços do Kremlin. Autoridades ocidentais confirmaram que forças russas começaram a cruzar a fronteira ucraniana. Em menos de um dia, os países bloquearam um importante gasoduto de gás natural para a Rússia, limitaram o acesso do país ao financiamento global e sancionaram a elite russa. 

“As criptomoedas continuam sendo de fato um ativo de risco, e a escalada Rússia-Ucrânia provavelmente manterá a volatilidade elevada com oscilações de 20% em qualquer direção”, disse ao CoinDesk Edward Moya, analista de mercado sênior da OANDA para as Américas, embora tenha acrescentado que “tensões geopolíticas” e uma política monetária mais agressiva do banco central dos EUA estão perto de serem “precificadas.” 

No Brasil, o Bitcoin também ensaia uma recuperação com ganho de 2,6%, para R$ 194.972,21, mostra o índice do Portal do Bitcoin. A capitalização do mercado global de criptomoedas soma cerca de US$ 2 trilhões, segundo o CoinGecko. 

Entre as criptomoedas em alta nesta quarta-feira (23) estão Solana (8,2%%), Avalanche (12,8%), Polkadot (6,3%), XRP (5,7%), Dogecoin (4,2%) e Shiba Inu (7,3%).

Binance Coin (+0,3%) e Terra (-0,1%) mostravam pouca variação. 

Outros destaques 

Fatia na tZero: A Intercontinental Exchange Inc., controladora da NYSE, comprou uma participação na tZero, de acordo com comunicado na terça-feira. O diretor de estratégia da ICE, David Goone, assumirá o posto de CEO da tZero no próximo mês, informou a Bloomberg. A tZero opera um sistema de negociação baseado na tecnologia blockchain, onde empresas podem optar por listar versões digitais de suas ações. 

Captação da Foxbit: A exchange de criptomoedas brasileira anunciou na terça-feira a captação de US$ 21 milhões (R$ 110 milhões) em uma rodada série A liderada pelo OK Group, dono de uma das principais bolsas de criptomoedas do mundo, com mais de 20 milhões de usuários. “Os recursos serão usados principalmente para desenvolvimento de novas tecnologias, contratação de pessoas nos times de produto e tecnologia, e potenciais aquisições”, diz a exchange em nota. 

Custos de mineração: Mineradores de Bitcoin têm sentido a pressão dos custos, segundo análise da Reuters. O hashrate, ou poder computacional usado pelos mineradores, praticamente quadruplicou nos últimos seis meses, ultrapassando 200 milhões de ‘terahashes’ por segundo. Com isso, mineradores estão transferindo mais moedas para exchanges do que adicionando às reservas, um sinal da intenção de vender. 

Regulação e CBDCs 

Real digital: Em evento do BTG Pactual, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o projeto piloto da moeda digital brasileira deve ser colocado em prática no segundo semestre deste ano. Sobre ativos virtuais, Campos lembrou que foi aprovado ontem projeto de lei que trata do tema na CAE do Senado e ressaltou que existe outro texto em tramitação na Câmara. “A gente acha que pode ter uma junção, um apensamento de projetos”, conforme o Valor. 

Impacto do PL: Para especialistas ouvidos pela Folha, o projeto que regulamenta as criptomoedas não deve impedir a lavagem de dinheiro. Segundo eles, o texto não criminaliza o investidor que opere com corretoras não autorizadas. Por isso, muitos têm a avaliação de que não será possível responsabilizar uma pessoa física por usar uma exchange com sede em outro país, mesmo que declare o patrimônio e as operações ao Fisco, recolhendo imposto no caso de ganho de capital.

Coinbase e Kraken na mira: A CVM de Ontário contatou a Real Polícia Montada Canadense sobre tuítes publicados pelos CEOs das corretoras de criptomoedas Coinbase e Kraken em relação aos protestos do “Freedom Convoy” (Comboio de Liberdade) de caminhoneiros na cidade de Ottawa. Os tuítes publicados por Brian Armstrong, CEO da Coinbase, e Jesse Powell, CEO da Kraken, criticaram a medida tomada pelo governo canadense de recorrer à Lei Emergencial de 1988, que permite que bancos congelem ou suspendam carteiras sem um mandado judicial. 

Bitcoins ‘congelados’: E análise do CoinDesk aponta que criptomoedas vinculadas aos protestos de caminhoneiros no Canadá conseguiram ser transferidas, apesar da ordem de autoridades para que os ativos fossem bloqueados. Quatro “porções” dos cerca de 20 Bitcoins captados foram parar em duas exchanges centralizadas: Coinbase e Crypto.com. Não se sabe se os fundos foram trocados por moeda fiduciária ou congelados nessas plataformas. 

Binance contrata: O advogado brasileiro Thiago Sarandy de Carvalho é o mais novo contratado para integrar o conselho jurídico da corretora de criptomoedas para América Latina. No currículo, Carvalho traz experiências de empresas como Warren Brasil e Genial Investimentos. https://4df24b9c54c88836de70688bdf9d5b22.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Expansão cripto em Wyoming: Um grupo de cerca de 6 mil investidores de criptomoedas conhecido como CityDAO comprou 40 acres de terra no estado de Wyoming. Segundo reportagem especial do Wall Street Journal, o objetivo dos investidores é construir uma cidade usando o blockchain Ethereum por meio da tokenização de terras, direitos e governança. 

Segurança 

Ataques em alta: Pesquisa com 3 mil empresas com mais de 1 mil funcionários em 28 países, incluindo Brasil, mostra que 76% das organizações sofreram ataques ransomware em 2021, 60% mais de uma vez. Os sites da Americanas, Submarino e Shoptime seguem fora do ar mais de 72 horas após um ataque de ransomwareconforme apurou o Valor. 

Criptomoedas sumidas: A 25ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve sentença proferida pelo juiz Claudio Teixeira Villar, da 2ª Vara Cível de Santos, que condenou grupo econômico de empresas e pessoas físicas do mercado de criptomoedas a reembolsarem, solidariamente, o valor de R$ 133,1 mil a um cliente, informou o Valor.

Identidade revelada: A jornalista do mercado de criptomoedas Laura Shin apresentou na terça-feira (22) seu novo livro (“The Cryptopians: Idealism, Greed, Lies, and the Making of the First Big Cryptocurrency Craze”) em que revela a identidade do homem que orquestrou o maior ataque hacker da história do Ethereum. Em reportagem da Forbes publicada pelo Portal do Bitcoin, Shin traz evidências de que Toby Hoenisch, um programador austríaco de 36 anos, foi quem atacou o The DAO em 2016. Um brasileiro ajudou a jornalista na investigação. 

Metaverso, Games e NFTs 

Impacto na OpenSea: A atividade no maior mercado mundial de colecionáveis digitais despencou após um ataque de phishing que resultou em perdas de US$ 3 milhões para usuários, noticiou a Bloomberg. A negociação de tokens não fungíveis caiu mais de 70% nos últimos quatro dias na OpenSea, de acordo com o provedor de dados DappRadar, de 70.100 transações antes do ataque para 19.400 no domingo. 

Além da arte: Nos últimos anos, tokens não fungíveis se tornaram populares na arte, música, jogos, esportes e entretenimento. Mas os NFTs também podem ser usados como representação digital de ativos físicos, como ouro ou relógio, ou documentos como ingressos, certificados e contratos, um mercado com grande potencial, segundo análise do Wall Street Journal.  

ETF do metaverso: A CSOP Asset Management também decidiu apostar em um fundo de índice com foco no metaverso. O ETF CSOP Metaverse Concept, o primeiro fundo focado no metaverso de Hong Kong, investirá principalmente em empresas listadas nos EUA que estejam direta ou indiretamente envolvidas na tecnologia, de acordo com o Financial Times. 

NFTs do Magic Eden: Visando sua expansão, o mercado de tokens não fungíveis Magic Eden, que rapidamente chegou à liderança no Solana, anunciou planos de criar uma organização autônoma descentralizada, a MagicDAO, e distribuir gratuitamente 50 mil NFTs de acesso exclusivo a usuários já existentes. 

Fonte: Portal do Bitcoin