Alguns investidores reagiram com às mudanças no Ministério da Economia após o desgaste em torno do Orçamento e às portas do início da discussão da Reforma Tributária no Brasil. O presidente americano Joe Biden deve revelar o terceiro grande pacote de gastos em 100 dias desde que assumiu o cargo, enquanto o Federal Reserve deve dizer que não está perturbado pelos altos preços das commodities.
Facebook e Apple anunciam os respectivos resultados após o fechamento, e o petróleo sobe depois que analistas do Goldman Sachs disseram que a recuperação da demanda pode levar o barril a US$ 80.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quarta-feira, 28 de abril.
1. Dança das cadeiras na Economia
Investidores devem reagir hoje às mudanças no Ministério da Economia, incluindo a troca do secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, pelo atual secretário do Tesouro, Bruno Funchal.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou ter havido pressão política para a saída de Rodrigues do cargo e destacou o “desgaste natural” como um dos fatores para mudanças na pasta anunciadas nesta terça-feira (27).
Em declaração logo após a confirmação das trocas, Guedes disse que as alterações justificam-se por uma “avaliação periódica” acerca da estratégia e estrutura da equipe econômica. Ele também afirmou que não se trata de uma “demissão”, tecendo elogios a Waldery após mais de dois anos de trabalho conjunto.
A secretaria do Tesouro será assumida por Jefferson Bittencourt, servidor de carreira do órgão, ex-secretário-adjunto de Política Fiscal e Tributária e atual assessor especial do gabinete de Guedes.
Também deixa o Ministério da Economia a assessora especial Vanessa Canado, encarregada de elaborar o projeto de reforma tributária. Segundo a pasta, ela havia pedido para deixar o cargo desde janeiro. No lugar dela, assume Isaías Coelho, pesquisador sênior do Núcleo de Estudos Fiscais (NEF) da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo e consultor internacional em política e administração tributária.
O EWZ, fundo que replica o Ibovespa em Nova York, operava em alta de 0,23% na pré-abertura de Wall Street às 7h15.
2. Planejamento de expansão de Biden da rede de segurança social
É um grande dia para a política nos EUA, com expectativas de que o presidente Joe Biden apresente os detalhes dos planos para uma expansão ambiciosa dos gastos públicos, financiada pelo menos em parte por impostos mais altos.
Biden discursará em uma sessão conjunta do Congresso no horário nobre da televisão para traçar planos de US$ 1,8 trilhão em novos gastos federais para cobrir um programa pré-escolar universal para crianças de três e quatro anos, uma expansão de creches para crianças de baixa e média idade, dois anos de educação universitária comunitária para famílias de baixa renda, inclusive para os filhos de imigrantes ilegais (conhecidos como Sonhadores).
Biden também deve confirmar relatos anteriores de que aumentará a alíquota marginal do imposto sobre ganhos de capital para 39,6% para ajudar a pagar os programas. Dos três pacotes delineados até agora por Biden, este é o que enfrenta a oposição mais dura dos republicanos no Congresso.
3. Fed deve ignorar os altos preços das commodities
No entanto, não se trata apenas de política fiscal fazendo manchetes. O Federal Reserve encerra a reunião de política monetária de dois dias, com a grande questão em aberto: se o presidente Jerome Powell irá assumir os dados recentes que sugerem que a recuperação está ganhando velocidade.
Powell disse repetidamente desde a última reunião que o Fed só vai começar a apertar a política depois que “progresso substancial” tiver sido feito, com a inflação em níveis almejados e o emprego aos níveis pré-pandêmicos.
Embora as taxas de inflação anuais estejam aumentando graças a fortes efeitos de base e – cada vez mais – às pressões sobre os preços ao produtor, a economia ainda opera com cerca de 9 milhões de empregos a menos do que tinha antes da pandemia. Em sua entrevista coletiva, Powell provavelmente será questionado sobre como ele vê o forte aumento nos preços das commodities nas últimas semanas. Tanto as commodities agrícolas quanto as industriais ainda estão sendo negociadas perto de máximas dos últimos anos.
4. Possível queda nas ações americanas; balanços da Apple e do Facebook no radar
As ações dos EUA devem abrir mistas, com os participantes do mercado amplamente satisfeitos em aguardar as grandes notícias do dia antes de fazer novas apostas.
Por volta das 8h48, os futuros do Dow Jones e do Nasdaq 100 caíam perto de 0,2%, enquanto os do S&P 500 operavam estáveis.
As Big Techs dominam a lista de ganhos do dia novamente, com a Apple (SA:AAPL34) (NASDAQ:AAPL) e o Facebook (SA:FBOK34) (NASDAQ:FB) no radar com balanços após o fechamento. A Boeing (SA:BOEI34) (NYSE:BA) e a Qualcomm (SA:QCOM34) (NASDAQ:QCOM) também revelam os respectivos resultados, com os novos guidances lançando luzes sobre o estado da recuperação das viagens aéreas e a escassez global de chips.
Enquanto isso, a Alphabet (SA:GOGL34)(NASDAQ:GOOG) relatou um trimestre explosivo de lucros, já que as empresas começaram a gastar muito em publicidade novamente, antecipando um retorno aos padrões de consumo pré-pandemia.
A empresa registrou um ganho de 34% na receita, para US$ 55 bilhões, dos quais US$ 31 bilhões vieram de seus produtos exclusivos do Google (NASDAQ:GOOGL), buscas, mapas e YouTube. A receita do YouTube aumentou 49% em relação ao ano anterior.
5. Goldman e Opep empurram o petróleo para cima
Os preços do petróleo bruto subiram moderadamente durante a noite após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia decidirem manter o atual cronograma de aumentos de produção.
O bloco decidiu dispensar a reunião ministerial completa de costume, na qual a maior parte das sérias disputas sobre cotas de produção são feitas, depois que o Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial chegou a um consenso relativamente fácil que ainda vê a demanda global se recuperando de forma lenta.
Às 8h50, os futuros do WTI subiam 0,99% a US$ 63,55 o barril, enquanto os futuros do Brent avançavam 0,91%, a US$ 66,47 o barril.
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