Bitcoin recupera US$ 40 mil, mas pode voltar a cair; cripto move-to-earn dispara 40% e PL é pautado no Senado

Salto de curto prazo do BTC não convence e deve preceder uma nova queda mais profunda para menos de US$ 40 mil, defendem especialistas

Após dia de queda que apagou os ganhos do mês de março, o Bitcoin (BTC) mostra recuperação na sequência de um dia de alta na Nasdaq, em mais um sinal de alta correlação entre as classes de ativos, que vem dando o tom do mercado cripto nos últimos meses. Nesta manhã, a criptomoeda se recupera e volta a operar acima de US$ 40 mil, com salto de 4,3% nas últimas 24 horas. Às 7h15, era negociada a US$ 40.703.

O Ethereum (ETH) acompanha e sobe outros 4,5%, para US$ 3.043, em nova indicação de que o adiamento da atualização esperada para o fim de junho não impactou os mercados como alguns esperavam. O preço da segunda maior cripto do mundo, portanto, parece seguir a mesma dinâmica de antes, influenciada principalmente pelo desempenho do Bitcoin e por fatores macroeconômicos.

O recuo de segunda-feira (18) coincidiu com o fim do prazo para declaração do imposto de renda nos Estados Unidos, o que teria estimulado investidores a liquidar posições com o objetivo de declarar a posse de menos criptoativos às autoridades.

No entanto, analistas não consideram que o impacto dessas liquidações tenha sido tão grande a ponto de provocar a queda de cerca de 17% do Bitcoin desde o mês passado – americanos podem declarar renda desde janeiro.

O fator mais preponderante no momento ainda parece ser o temor entre investidores de que o aumento dos juros nos EUA e a redução do balanço patrimonial do Federal Reserve atinja em cheio os ativos considerados mais arriscados.

Portanto, apesar do salto hoje, especialistas não estão animados com o movimento de preço das criptomoedas, e apostam cada vez mais que qualquer subida de curto prazo agora tende a ser preparação para uma queda mais profunda que ainda está por vir. O avanço do Bitcoin, por exemplo, estaria dentro de um intervalo de preços que equivale a um movimento lateral.

“Em ativos digitais, um mercado de lado é frequentemente visto como um mercado fraco, porque se não está subindo, deve estar caindo”, escreveu Jeff Dorman, diretor de investimentos da gestora de fundos de criptomoedas Arca, em um boletim divulgado hoje. “Traders entediados nos mercados de ativos digitais tornam-se impacientes, o que leva a muita pressão de uma vez”, disse Dorman.

Em participação ontem durante o Cripto+ (assista no player abaixo), o trader Vinícius Terranova apontou que a criptomoeda tem vários níveis de resistência (zona com alto interesse de venda) pela frente, e que fica cada vez mais difícil de acreditar que o preço irá subir com força. O mais provável, afirmou, é que o BTC volte a recuar nos próximos dias para menos de US$ 40 mil, com o próximo alvo possivelmente em cerca de US$ 37 mil.

Apesar disso, a perspectiva de longo prazo para a criptomoeda permanece otimista para quem acompanha o mercado de perto, e nem a queda de mais de 40% desde a máxima de US$ 69 mil deve afastar o investidor com olhar de mais longo prazo.

“A história mostra que se você tiver um apetite de risco e estômago para aguentar a volatilidade, em menos de dois anos, no geral, [o investimento em Bitcoin] se paga mesmo que você compre no pior momento”, afirmou Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset, em entrevista ao Cripto+.

Apesar do cenário incerto para o Bitcoin, algumas altcoins ganham fôlego e mostram certa independência do desempenho da principal criptomoeda do mercado. O destaque do dia é novamente a Stepn (GMT), uma cripto de um projeto que paga o usuário que pratica exercícios físicos. O token dispara 41,7% nas últimas 24 horas.

Além disso, após dias de forte queda, a Terra (LUNA) sobe 14,5% hoje em meio à forte adesão à Terra USD (UST), que ultrapassou a Binance USD (BUSD) e se tornou a terceira maior stablecoin do mundo. A emissão de UST reflete na queima de LUNA, retirando unidades da moeda do mercado.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

CriptomoedaPreçoVariação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC)US$ 40.703,56+4,3%
Ethereum (ETH)US$ 3.043,38+4,5%
Binance Coin (BNB)US$ 420,36+4,6%
XRP (XRP)US$ 0,770341+4,4%
Solana (SOL)US$ 101,89+5,3%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

CriptomoedaPreçoVariação nas últimas 24 horas
Stepn (GMT)US$ 3,28+41,7%
Frax Share (FXS)US$ 34,81+17,2%
THORChain (RUNE)US$ 8,59+16,4%
Terra (LUNA)US$ 89,97+14,5%
Zcash (ZEC)US$ 157,66+14,7%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

CriptomoedaPreçoVariação nas últimas 24 horas
Chain (XCN)US$ 0,109110-2,1%
Stacks (STX)US$ 1,21-1,2%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETFPreçoVariação
Hashdex NCI (HASH11)R$ 34,68+0,96%
Hashdex BTCN (BITH11)R$ 44,55-1,65%
Hashdex Ethereum (ETHE11)R$ 41,80-0,11%
Hashdex DeFi (DEFI11)R$ 41,50+8,63%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311)R$ 48,50+24,83%
QR Bitcoin (QBTC11)R$ 12,05+0,83%
QR Ether (QETH11)R$ 10,11-2,12%
QR DeFi (QDFI11)R$ 6,87+0,14%

Exchange Bitso contrata novo executivo para operação brasileira

A exchange de criptomoedas mexicana Bitso anunciou ontem a contratação de Thales Araújo de Freitas para a vaga de gerente nacional de sua operação no Brasil.

Antes de ingressar na Bitso, Freitas atuou como country manager no Brasil da Global66, uma plataforma internacional de transferência de dinheiro com sede no Chile. Anteriormente, ocupou cargos de liderança no Citibank e no HSBC.

O executivo chega com a tarefa desafiadora de tornar a Bitso a maior exchange de criptomoedas do Brasil até o final de 2022, conforme declarou a empresa recentemente ao CoinDesk.

Nos últimos seis meses, a Bitso dobrou sua base de usuários no Brasil, mas não detalha o número de clientes que tem cadastrado no país.

Como uma das estratégias de crescimento, a corretora cripto aposta na contratação de mais pessoas no Brasil e na viabilização de compra de ingressos de futebol com criptomoedas. A empresa, vale lembrar, é uma das patrocinadoras do São Paulo Futebol Clube.

A exchange tem mais de 4 milhões de usuários espalhados por México, Brasil, Argentina e Colômbia, pouco mais do que os 3,4 milhões que o Mercado Bitcoin tem no mercado nacional. O CEO da exchange brasileira, Reinaldo Rabelo, disse em evento ontem que a empresa começará expansão na América Latina por meio de aquisições.

PL que regula criptomoedas é pautado no Senado

O Projeto de Lei 3825/209, de autoria do senador Flávio Arns (Podemos-PR), que trata da regulação do mercado de criptomoedas no Brasil, foi pautado para a sessão de hoje do plenário do Senado Federal.

Agendado anteriormente para semana passada e adiado para esta semana, o PL traz como mudanças de última hora um artigo que coloca sob a alçada da Comissão de Valores Mobiliários a supervisão de ofertas públicas de criptoativos “que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros”.

Além disso, o texto reforça a separação dos fundos dos clientes das exchanges, deixando claro que as criptos depositadas nas empresas pertencem aos usuários e não podem, por exemplo, ser usadas como garantia para empréstimos ou bloqueadas judicialmente.

Segundo especialistas, o PL é um bom primeiro passo rumo a uma regulamentação mais ampla do mercado de criptos no país. Se aprovado no Senado, o PL segue para a Câmara dos Deputados. Caso seja também aprovado e não haja nenhum pedido de emenda, o projeto então segue para sanção presidencial.

Monero programa atualização para julho

O protocolo de privacidade Monero passará por um hard fork provisório em julho com o objetivo de implementar melhorias na segurança da rede e mudanças nas taxas, confirmaram os desenvolvedores em um post do GitHub ontem. O lançamento de uma testnet (rede de testes) está previsto para maio.

Nenhuma moeda separada será emitida após o hard fork da rede principal no momento da emissão do bloco de 2.668.888, que deve ocorrer em julho. Hard forks referem-se a uma mudança em um protocolo blockchain que torna as versões mais antigas inválidas.

O Monero é um protocolo centrado na privacidade que mascara os endereços da carteira dos usuários, dificultando o rastreamento das transações. Ela funciona de forma diferente do Bitcoin e da maioria das outras criptomoedas, em que os endereços da carteira e o comportamento transacional podem ser analisados para determinar a identidade de seus usuários.

US$ 770 milhões em tokens BNB são queimados

A BNB Chain executou a queima de mais de 1,8 milhão de unidades de Binance Coin (BNB) em sua primeira queima neste trimestre, mostram dados de rastreadores.

A queima foi realizada de forma automática na BNB Chain às 5h23 de hoje por meio do endereço “bnb1ultyhpw2p2ktvr68swz56570lgj2rdsadq3ym2”, vinculado à exchange de criptomoedas Binance, mostram os dados.

“US$ 741.840.738 em BNB serão retirados de circulação em breve”, confirmou o CEO da Binance, Changpeng Zhao, em um tweet nesta madrugada. A queima seria realizada a um preço médio de US$ 403 por BNB.

A queima de criptomoedas é um processo que envolve o envio de ativos para uma carteira “morta”, inacessível até mesmo pelos criadores, de modo que saem completamente de circulação. A queima é uma estratégia comum de projetos cripto para estimular alta de preços.

-Fonte: Infomoney