Risco de furo ao teto de gastos traz insegurança ao mercado e sobe os juros longos do país, pressionando ainda mais o Banco Central quanto à subida da Selic
A reação do mercado sobre a criação de um Bolsa Família turbinado e com gastos extrateto não se restringiu ao dólar e à bolsa. Nesta terça-feira, 19, os juros futuros do país dispararam mais de 4% e o DI com vencimento para 2025 fechou a 10,82%, o maior patamar em três anos. A última vez que este índice bateu este número foi em outubro de 2018, próximo às eleições presidenciais polarizadas entre o presidente Jair Bolsonaro e o candidato petista Fernando Haddad.
A alta dos juros DI se refere ao preço que o mercado está cobrando para investir no país e reflete o alto risco avaliado pelos investidores. Uma curva alta de juros longos é perigosa para o país neste momento, pois pode pressionar ainda mais para mais aumentos da Selic, comprometendo o crescimento futuro em plena recuperação da crise da Covid-19 e em um momento que a alta inflação já pressiona a taxa de juros básica.
Nesta terça-feira, 19, o governo anunciaria o novo Auxílio Brasil, mas cancelou o evento após a notícia ser mal recebida pelos mercados. O grande problema da extensão do benefício é que, para aprová-lo no valor de 400 reais até o fim de 2022, seria preciso acrescentar um gasto de 25 bilhões de reais ao orçamento e furar o teto de gastos, uma das últimas âncoras fiscais que sobraram ao país e que lhe confere credibilidade diante dos investidores quanto a um esforço de equilíbrio fiscal.
-Fonte: Veja
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