Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Investidores esperam por dados de emprego privado nos EUA; decisão do Copom, repercussão de Bradesco e espera por balanços de Petrobras e BB

Após uma sessão volátil na véspera, os principais índices mundiais operam perto da estabilidade ou em leve alta nesta quarta-feira (4), em meio à continuidade da temporada de resultados do segundo trimestre e com os investidores à espera dos dados de criação de emprego no setor privado nos EUA.

Por aqui, enquanto os investidores seguem acompanhando o noticiário sobre pagamento de precatórios e reajuste do Bolsa Família, será conhecida a decisão de política monetária do Banco Central, que deve elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 5,25% ao ano. Os investidores ainda repercutem os resultados do Bradesco divulgados ontem à noite, entre outras companhias; Petrobras e Banco do Brasil divulgam seus números após o fechamento do mercado. Confira os destaques:

1.Bolsas mundiais

Os índices futuros americanos ficam perto da estabilidade durante a manhã desta quarta-feira (4). Na terça, o índice S&P 500 subiu 0,8% e bateu um novo patamar recorde; o Dow Jones também subiu 0,8%; e o Nasdaq composto avançou 0,6%.

A temporada de divulgação de resultados segue em ritmo forte. Lyft e Caesars Entertainment divulgaram resultados acima do esperado para o segundo trimestre, e falaram sobre a retomada da atividade em níveis comparáveis àqueles de antes da pandemia. As ações de ambas as empresas subiram mais de 3% no after market.

Os ganhos nas bolsas americanas ocorreram após uma manhã fraca, depois que o rendimento dos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos recuou a 1,15% na segunda-feira.

O recuo ocorreu em meio a preocupações com a propagação da variante delta de Covid, e após o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmar à rede de notícias CNBC que o banco central americano poderia reduzir seu ritmo de compra de títulos já em outubro.

Na terça, o rendimento dos títulos do Tesouro americano subiram levemente, a 1,17%. A queda do rendimento de títulos do Tesouro pode indicar um ritmo mais fraco para o mercado de ações.

Na quarta foi divulgado o Índice do Gerente de Compras (PMI em inglês) Caixin/Markit do setor de serviços da China relativo a julho, que pontuou 54,0 em julho, frente a 50,3 pontos em junho. Qualquer patamar acima de 50 indica expansão; abaixo, retração.

Na China continental, o Shanghai composto fechou em alta de 0,85%; em Hong Kong, o índice Hang Seng teve alta de 0,88%, marcado por avanço de papéis da gigante de tecnologia Tencent; na Coreia do Sul, o Kospi avançou 1,34%; no Japão, o Nikkei recuou 0,21%.

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, sobe 0,5%, impulsionado pelos setores de viagem e lazer. Todos os setores das principais bolsas operam em alta.

Na terça, resultados divulgados por empresas do setor automobilístico indicaram que a escassez de semicondutores deve continuar a prejudicar as vendas. Tanto a BMW quanto a Stellantis alertaram que a produção e as vendas devem ser prejudicadas até depois do final de 2021.

Nesta quarta, o Commerzbank informou prejuízo líquido de 527 milhões de euros no segundo trimestre, em meio à reestruturação de gastos e baixas excepcionais de ativos, que apagaram os lucros. Outras empresas que divulgam seus resultados nesta quarta na Europa são Siemens Energy, Hugo Boss e Intesa Sanpaolo.

Na agenda econômica, foi divulgado o PMI composto Markit relativo a julho na Zona do Euro, que marcou 60,2 pontos, abaixo da expectativa de 60,6 pontos. O PMI do setor de serviços relativo a julho marcou 59,8 pontos, abaixo da expectativa de 60,4 pontos.

No Reino Unido, o PMI composto relativo a julho marcou 59,2 pontos, acima da expectativa de 57,7 pontos, e o PMI do setor de serviços marcou 59,6 pontos, frente a estimativa de 57,8 pontos.

Também foram divulgados dados sobre vendas no varejo relativos a junho na Zona do Euro, que avançaram 5% na comparação anual, frente a estimativa de 4,5%; e tiveram alta de 1,5% na comparação mensal, frente a estimativa de 1,7%.

Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,1%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,06%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,08%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,38%
*Dax (Alemanha), +0,85%
*CAC 40 (França), +0,52%
*FTSE MIB (Itália), +0,46%
Ásia
*Nikkei (Japão), -0,21% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,85% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,88% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +1,34% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -0,624%, a US$ 70,2 o barril
*Petróleo Brent, -0,37%, a US$ 72,13 o barril
*Bitcoin, -5,37%, a US$ 37.935,46
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 0,52%, cotados a 1.067 iuanes, equivalente hoje a US$ 165,12 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,46

2. Agenda

No radar doméstico, às 10h  (horário de Brasília), são divulgados o PMI composto e o PMI do setor de serviços Markit relativos a julho no Brasil. Às 14h30 são divulgados dados sobre fluxo cambial estrangeiro.

Mas o grande destaque fica para depois do fechamento dos mercados, com a divulgação a partir das 18h30 da decisão do Banco Central sobre a taxa de juros Selic no Brasil. Diante da persistente – e cada vez mais forte – pressão inflacionária, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a Selic em um ponto percentual, para 5,25%.

Nos EUA, atenção para os dados de emprego privado referentes a julho às 9h15, com a previsão de criar 695 mil vagas, segundo consenso Refinitiv. Às 10h45 são divulgados o PMI composto e o PMI do setor de serviços Markit relativos a julho nos Estados Unidos. Às 11h, atenção para o ISM de serviços. Em seguida, às 11h30, serão divulgados os dados semanais de estoque de petróleo, com a previsão de queda de 2,9 milhões de barris.

No Japão, às 21h30, atenção para o PMI de serviços de julho. Já às 22h45, o indicador será divulgado na China.

3. Covid e CPI

Na terça (3), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 956, queda de 18% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 1.238 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 33.873, o que representa queda de 11% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 32.694 casos.

Chegou a 102.705.487 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 48,5% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 42.783.873 pessoas, ou 20,2% da população.

Na terça, a CPI da Covid voltou a funcionar no Senado após o recesso. Os senadores ouviram o reverendo Amilton Gomes de Paula, que havia sido apontado pelo policial militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti como intermediador entre o governo e a Davati Medical Supply, que teria oferecido vacinas da AstraZeneca ao Ministério da Saúde.PUBLICIDADE

Dominguetti teria se apresentado a Amilton como representante da Davati, em uma possível venda de doses de vacina contra Covid-19 ao Ministério da Saúde. Segundo Dominguetti afirmou à CPI, um integrante do ministério na época teria pedido propina nas negociações.

Apesar de afirmar inicialmente que não tinha contatos com o governo federal, o reverendo relatou que foi recebido com facilidade no Ministério da Saúde em meio a negociações sobre vacinas, o que causou estranheza aos senadores da CPI da Covid.

Questionado sobre uma mensagem de texto que teria mandado para o Dominguetti, quando afirmou que tinha falado “com quem manda”, Amilton disse que isso tinha sido “uma bravata”. “Porque eu não tinha essa convicção do que estava escrito ali, no texto”, disse.

Mesmo sem ter contatos com o governo, segundo sua própria afirmação, o reverendo foi recebido poucas horas depois de ter mandado um email no dia 12 de março pedindo um encontro no ministério.

“Causa estranheza um desconhecido como o depoente pedir uma reunião às 12h30, solicitando reunião para às 16h30 do mesmo dia e ser prontamente atendido”, ressalta a síntese do depoimento do reverendo feita pela equipe do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

Dominguetti relatou à CPI que tinha procurado a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma ONG da qual o reverendo é um dos fundadores, para viabilizar o negócio. O policial militar revelou também, em entrevista à Folha de S. Paulo e depois confirmada na CPI, que o então diretor de Logística do Ministério Roberto Ferreira Dias teria exigido 1 dólar de propina para cada dose negociada. Na comissão, Dias negou a acusação.

Na terça, a CPI aprovou a quebra de sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do líder do governo da Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

Segundo o deputado Luís Miranda (DEM-DF), Barros teria sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como envolvido nas irregularidades nas negociações da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, representado na época pela empresa Precisa Medicamentos.

De acordo com Miranda, ao contar ao presidente Jair Bolsonaro sobre as pressões que seu irmão, o servidor da Saúde Luis Ricardo Miranda, estava sofrendo para liberar a compra da Covaxin que ainda não tinha aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e era o valor mais alto entre as vacinas compradas pelo ministério, ouviu de Bolsonaro que era “esquema” de Barros.

O líder do governo nega as acusações, e tem cobrado os senadores para ser ouvido. Seu depoimento está marcado para a próxima semana, mas os senadores queriam ter em mãos as quebras de sigilo antes de ouvi-lo.

Foi retirado de pauta um dos requerimentos mais polêmicos, o da convocação do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

O ministro ocupava a Casa Civil até abril deste e coordenou o grupo ministerial de combate à Covid-19.
Diante da resistência à convocação, inclusive de senadores do chamado grupo independente, como Otto Allencar (PSD-BA), Vieira preferiu a retirada de pauta, mas prometeu reapresentar futuramente o requerimento.

Já o coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, será reconvocado pela CPI, depois de já ter comparecido em junho. Responsável direto pela negociação de vacinas, Franco é um dos principais alvos da CPI.

A CPI também aprovou a apresentação de pedido judicial para o afastamento de Mayra Isabel Correia Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, do cargo público de Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.

Em meio a mais de uma centena de requerimentos aprovados, estão também as quebras de sigilos de sites e blogs bolsonaristas e seus autores, acusados de divulgar informações falsas sobre a pandemia.

Também na terça, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, minimizou críticas de Estados e municípios sobre demora na entrega de doses de vacinas contra Covid-19 pela pasta, e defendeu os resultados da campanha de imunização do país.
Autoridades estaduais e municipais de saúde de vários lugares do país têm cobrado mais celeridade no ritmo de entregas de vacinas e reclamado que o ministério estaria esperando acumular doses em grandes volumes para só depois efetuar a distribuição, o que estaria atrasando a aplicação das injeções.

“Queremos que as doses sejam distribuídas com celeridade, mas não significa dizer que toda dose que chega em Guarulhos ou Viracopos seja imediatamente dispensada para Estados e municípios, precisa da autorização da Anvisa, INCQS”, disse Queiroga a jornalistas no Rio de Janeiro.

“O ministério não tem estoque… nossa campanha vai muito bem”, afirmou o ministro, acrescentando que a pasta tem a expectativa de distribuir 120 milhões de doses de vacinas em agosto e setembro. A previsão do governo é vacinar todas as pessoas acima de 18 anos (158 milhões de pessoas) com as duas doses ainda este ano.

4. Bolsa Família, contas públicas e eleições

Em seminário promovido pelo site Poder 360, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na terça que a quitação integral dos precatórios calculados para 2022, da ordem de R$ 90 bilhões, atingiria as despesas do governo como um todo e não só o programa Bolsa Família, razão pela qual a União está trabalhando em proposta para flexibilizar as regras do pagamento.

A fala vem após críticas de que, ao buscar ampliar as possibilidades de parcelamento de precatórios –que são requisições de pagamento expedidas pela Justiça após derrotas definitivas sofridas pelo governo em processos judiciais–, o governo estaria mirando a abertura de espaço orçamentário para impulsionar o Bolsa Família em ano eleitoral.

Também na terça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o governo estuda uma maneira de chegar a 100% de aumento ao Bolsa Família, o que elevaria o benefício médio para perto de R$ 400.

“Estamos ultimando esforços para dar um aumento de no mínimo 50% no Bolsa Família, podendo chegar a 100% em média. Com isso, além de atendermos a população, a gente prepara o Brasil para voltar à normalidade”, disse o presidente.

De acordo com fontes ouvidas pela agência internacional de notícias Reuters, o valor acertado até agora com a equipe econômica é de um aumento de 50%, que elevaria o benefício médio dos atuais R$ 192 para cerca de R$ 290, mas nesta semana começaram pressões políticas para que esse reajuste seja ampliado.

Em sua fala ao seminário do Poder 360, Guedes afirmou que o governo funciona com um Orçamento de R$ 96 bilhões e, por isso, a conta de precatórios para o próximo ano é considerada um “meteoro”.

Sem detalhar valores, afirmou ainda que o Bolsa Família já estava orçado “um pouco mais robusto” quando o governo foi informado da dimensão dos precatórios para 2022.

Segundo uma fonte com conhecimento do assunto, a equipe econômica diz que não há margem no orçamento para o ajuste a R$ 400 aventado por Bolsonaro na terça, mesmo que seja possível a aprovação da chamada PEC dos Precatórios, apresentada pelo governo, que parcela o pagamento de decisões judiciais perdidas pela União.

A solução costurada pelo governo para bancar um Bolsa Família reforçado vem comprometendo a visão otimista de investidores de que poderia haver folga no teto fiscal de 2022. Isso contribuiu para alta do dólar e dos juros futuros na terça, colocando em xeque as previsões positivas de que o câmbio recuasse a menos de R$ 5 ainda em 2021.

Reportagem de capa do jornal O Estado de S. Paulo também destaca a alta do dólar e afirma que, entre analistas, cresce a avaliação de que há evidências de que os gastos do governo vão aumentar com a aproximação das eleições. O veículo ressaltou a fala de Guedes na terça: “Devo, não nego; pagarei assim que puder”.

O Conselho Federal de Justiça envia para a equipe econômica em julho a conta de precatórios para o ano seguinte e os valores são levados em conta para elaboração do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve ser encaminhado pelo governo até o fim de agosto ao Congresso Nacional.

“Não é propriamente só o Bolsa Família, são também todas as outras despesas”, disse Guedes, sobre a perspectiva de o pagamento de precatórios tirar espaço para outros gastos do governo sob a regra do teto.

O ministro reconheceu que o governo possivelmente dormiu no ponto em relação ao salto verificado na conta de precatórios ao assinalar que o patamar de pagamento, nos últimos anos, havia ficado entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões.

“Nossa estimativa era em torno desse patamar, 40, 50 (para 2022). De repente dá um pulo para 90”, disse ele. “Você fala assim: vocês dormiram no ponto? Possivelmente sim, o governo em alguma coisa falhou.”

Contudo, o ministro disse avaliar que não havia muito o que pudesse ser feito, uma vez que a decisão sobre o pagamento de precatórios é dada por outras instâncias em relação às quais “não temos alcance, a não ser conversando”.

No seminário, Guedes admitiu que o governo já redigiu esboço de Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) para instituir uma nova dinâmica de pagamento para os precatórios, que tradicionalmente abarcam indenizações, benefícios e devolução de tributos contestados.

Segundo o ministro, a ideia é que o pagamento dos superprecatórios, de mais de R$ 66 milhões, seja escalonado, com entrada e mais nove parcelas.

Por outro lado, o pagamento integral de causas de até 60 salários mínimos será garantido, acrescentou ele, em referência a um patamar de até R$ 66 mil. Ele também afirmou que, a exemplo do que é praticado por Estados e municípios, a PEC irá propor um mecanismo que limita o pagamento de sentenças judiciais a um percentual da receita corrente líquida.

No final da tarde da véspera, o presidente da Câmara, Arthur Lira, mais uma foi à público para negar que haja possibilidade de ruptura do arcabouço fiscal brasileiro. Ele negou que a reformulação do Bolsa Família chegue a R$ 400 – diz que o planejado fica em torno de R$ 300 – e que haja flexibilizações no teto de gastos. Ele também defendeu a PEC de parcelamento dos precatórios.

Os jornais também repercutem o parecer do projeto de reforma do IR, apresentado pelo relator Celso Sabino (PSDB-PA). Do ponto de vista fiscal, o relator argumentou que, com as mudanças, o impacto passa a novamente a ser neutro.

Além disso, na terça uma comissão da Câmara dos Deputados aprovou um pedido de convocação do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, para que ele explique supostas ameaças sobre a realização das eleições do próximo ano.

Por se tratar de uma convocação, Braga Netto é obrigado a comparecer à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara.

O pedido foi apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) e tem como base reportagem publicada no mês passado pelo jornal O Estado de S. Paulo em que o ministro, por meio de um interlocutor, teria condicionado a realização da eleição de 2022 à adoção do voto impresso para as urnas eletrônicas.

“A suposta ameaça, se confirmada, se constitui em grave crime praticado contra o sistema democrático, definido constitucionalmente, fato este que precisa ser apurado pelo Parlamento brasileiro e demais órgãos estatais de investigação e controle e, se comprovada a ameaça, adotar as providências cabíveis, motivo pelo qual apresento o presente requerimento, oportunizando ao senhor ministro a oportunidade de esclarecer as supostas declarações”, segundo o pedido.

No dia da publicação da reportagem, Braga Netto leu publicamente uma nota em que negou ter feito ameaças, mas defendeu a discussão do voto impresso das urnas eletrônicas.

5. Radar corporativo

O Bradesco divulgou nesta terça-feira alta de 63,2% no lucro líquido do segundo trimestre, a R$ 6,319 bilhões, apoiado em forte queda na provisão para inadimplência, depois que as perdas esperadas decorrentes dos efeitos da pandemia não se materializaram. O banco também prevê queda de até 20% do resultado de seguro em 2021.

Já a Rede D’Or São Luiz teve lucro líquido de R$ 477,7 milhões no segundo trimestre de 2021, ante prejuízo líquido de R$ 306,6 milhões registrado no segundo trimestre de 2020. A Omega Geração, por sua vez, teve alta de 420% do seu prejuízo, de R$ 30,7 milhões no segundo trimestre de 2020 para R$ 159,6 milhões no segundo trimestre deste ano.

Antes da abertura, foram divulgados os números da Gerdau. A siderúrgica registrou lucro líquido de R$ 3,934 bilhões no segundo trimestre de 2021, alta de 1.149% na comparação anual e de 59% frente os R$ 2,471 bilhões dos primeiros três meses de 2021.

Após o fechamento, atenção para os balanços de Petrobras, Banco do Brasil, Totvs e Braskem.

A Gol informou que vai comprar 28 aeronaves 737 MAX-8, da Boeing BA.N, dentro de um plano de ter economia operacional com jatos mais novos e um plano de financiamentos revisado, enquanto tenta otimizar para aliviar os efeitos devastadores da pandemia. A empresa anunciou nesta terça-feira que as medidas devem reduzir em 8% seus custos unitários em 2022 e gerar cerca de US$ 200 milhões em ganhos de capital e caixa.

Ainda em destaque, a Raízen, joint venture entre Shell  e Cosan, precificou sua oferta inicial de ações a R$ 7,40 por papel nesta terça-feira, que movimentou R$ 6,9 bilhões, no maior IPO do ano no Brasil.

A JBS, segunda maior companhia de alimentos do mundo, informou na terça-feira que está em conversas com sindicatos de funcionários dos Estados Unidos para verificar a possibilidade de vacinação obrigatória contra Covid-19 para empregados. Após avanços no programa norte-americano de imunizações, o país passou a ser atingido pela variante Delta do coronavírus.

A dona das cadeias de restaurantes Madero e Jeronimo pediu registro para uma oferta pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês), buscando recursos para pagar dívidas e expandir os negócios. Com sede no Paraná e 238 unidades pelo país, a Madero foi fundada em 2005 pelo empresário Luiz Durski Junior. No ano passado, refletindo os efeitos das restrições devido à pandemia, a receita líquida da Madero caiu 12% na comparação com 2019, para R$ 747 milhões. A companhia também amargou prejuízo de R$ 249 milhões em 2020 e outra perda de R$ 90 milhões no primeiro semestre de 2021.

A unidade da BRF localizada em Lucas do Rio Verde (MT), uma das maiores produtoras de carne da companhia, foi suspensa pela China, segundo informação no site da Administração Geral de Alfândegas do país (GACC) confirmada pela empresa na terça-feira. A BRF não detalhou se o embargo foi imposto à proteína suína ou de frango.

Um sindicato que representa os trabalhadores da Vale em greve em Sudbury, Canadá, chegou a um acordo preliminar para resolver uma disputa trabalhista em curso que levou 2.500 empregados a entrarem em greve desde 1º de junho, atingindo a produção da mineradora brasileira. O acordo de cinco anos, publicado no site do United Steelworkers (USW), inclui “melhorias monetárias significativas para os membros existentes e preserva os benefícios de saúde dos aposentados para todas as contratações futuras”. A proposta será colocada em votação na terça-feira, disse um representante do sindicato USW Local 6500 à Reuters.

A Gafisa anunciou na terça-feira a venda de terrenos por R$ 200 milhões para fundo de investimento imobiliário, em operação que busca reciclar capital próprio investido em áreas que já estão no balanço, mantendo a companhia como incorporadora dos projetos.

-Fonte: Infomoney