Principais diferenças entre os ETFs, confira.
Além do HASH11 (que estreou a quase dois meses), outro ETF na Bolsa de Valores Brasileira, estreou na quarta-feira, 24, o ETF QBTC11. É importante ressaltar que ETF (Exchange Traded Fund) ou Fundos de Índice, são fundos de investimento cujas cotas são listadas para negociação em bolsas de valores. Os ETFs buscam replicar a performance de um índice por meio da aquisição de uma cesta de ativos que compõem o índice de referência. Comprar uma cota, representa investir em todos os ativos que representam o índice de referência nas mesmas proporções.
Taxas de administração e portfólio
A principal diferença entre os ETFs HASH11 e QBTC11 é que apesar do HASH11 ser bastante concentrado em bitcoin, ele tem uma parcela de diversificação, enquanto o QBTC11 é 100% em Bitcoin.
Investir no QBTC11 significa aplicar o seu dinheiro no Bitcoin, mas pagando uma taxa de 0,75% para a gestora fazer essa compra para você e mantê-los em segurança. Será que vale a pena? Isso só você pode responder. Ele me lembra um pouco os fundos de renda fixa comercializados pelos bancos, que cobram uma taxa de administração para investir em títulos do governo, algo que qualquer investidor poderia realizar sozinho, com muita facilidade.
Em contrapartida, a taxa de administração do HASH11 é 0,3% e o investidor, além de não ter que se preocupar com a compra e segurança dos ativos, também não precisa se preocupar com o rebalanceamento, algo “chatinho” para realizar sozinho.
A gestão de um ETF é considerada passiva, pois os ETFs seguem apenas um índice de referência e por isso as taxas de administração são bem mais baixas que as praticadas pelos fundos de investimento. Pra fins de comparação, o ETF HASH11 é exatamente igual ao fundo Hashdex 100 NCI que cobra 2% de taxa de administração; quase 7 vezes mais.
Mas o índice de referência do HASH11, o Nasdaq Crypto Index é uma criação da gestora Hashdex em parceria com a Nasdaq, então pode se dizer que existe um serviço de seleção de ativos embutido no produto.
O indicador é rebalanceado a cada três meses; após o último rebalanceamento, passoua integrar dois novos criptoativos, o Filecoin (FIL) e Uniswap (UNI). Com isso, a composição do índice ficou da seguinte forma: Bitcoin (80,37%), Ethereum (16,35%), Litecoin (1,19%), Chainlink (0,94%), Bitcoin Cash (0,64%), Stellar Lumens (0,50%), Filecoin (0,64%), Uniswap (0,90%).
Esse rebalanceamento frequente permite que eventualmente projetos novos e promissores ingressem no índice, mas o risco também é equivalente, eventualmente podem entrar no índice projetos que irão se mostrar um fracasso.
Risco cambial
Investir em bitcoin tem um risco cambial, pois os preços em reais tendem a refletir o preço em dólar, o que isso significa? significa que se você comprar bitcoins, em Real, em uma corretora brasileira, em um momento de dólar alto, e mais para frente o dólar cair, o seu bitcoin pode desvalorizar na mesma proporção, mesmo que o bitcoin não tenha se desvalorizado.
A gestão do QBTC11 pretende mitigar tais riscos por meio de operações de derivativos (posições compradas no mercado futuro de dólar); enquanto ter Hash11 significa ter parte do seu capital dolarizado. Ter ou não exposição cambial não torna o investimento melhor ou pior, isso depende muito da sua estratégia de investimento
Tributação
Vale lembrar que não existe isenção de imposto para cotas de ETFs negociadas com lucro, independentemente do valor. Já as regras atuais de tributação do bitcoin permitem isenção nas alienações com lucro até o limite de negociação mensal de R$ 35 mil reais.
Entretanto, a Receita Federal não permite que os prejuízos em criptoativos sejam compensados dos lucros futuros para apuração do seu imposto de renda, diferentemente do investimento nos ETFs.
Quadro comparativo
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