Mercado de US$ 1,4 trilhão oferece opções para todo tipo de investidor, do curto ao longo prazo, dos conservadores aos que toleram mais risco.
Os juros ainda em patamares elevados nos Estados Unidos fazem o investidor tentar tirar proveito desse cenário e uma das opções é o investimento em ETFs (fundos de índice).
Esse é um mercado de US$ 1,4 trilhão que oferece opções que atendem do investidor de curto ao longo prazo, dos conservadores aos que têm um maior apetite por risco.
“Os juros estão elevados e um ETF pode dar um retorno de 5% ao ano. Isso, em dólar, acaba sendo bem atrativo”, avalia Cauê Mançanares, CEO da gestora Investo.
Mas, em meio a quase 600 opções só na renda fixa, como escolher os mais adequados para começar? Confira, a seguir, 9 ETFs com exposição de títulos de renda fixa disponíveis nos EUA.
Os maiores do segmento
- BND
Uma das saídas para começar a montar a estratégia e se familiarizar com o segmento é optar pelos que possuem maior liquidez. Nesse sentido, o maior deles é o Vanguard Total Bond Market (BND), sob gestão da empresa de serviços financeiros Vanguard, que aplica apenas em ativos grau de investimento.
“Quando se fala em começar a alocar em renda fixa, o investidor não deve ir para o mercado de high yield (papéis com maiores retornos, mas também maiores riscos), porque irá ocorrer um risco sem estar preparado. O BND investe só em grau de investimento e é o maior do mundo”, conta Mançanares.
O BND tem mais de US$ 93 bilhões em patrimônio (o equivalente a R$ 446 bilhões) e taxa de administração de 0,03%, em linha com os custos de outros ETFs de renda fixa, em que a chamada expense ratio (taxa de despesa) não costuma superar os 0,15%.i
- BNDX
Parecido como o BND, há também o Vanguard Total Internacional Bond (BNDX), que possui uma taxa de 0,77%. A diferença é que esse investe em ativos grau de investimento de fora dos Estados Unidos — mas são ETFs negociados no mercado americano.
- AGG
A gestora BlackRock também possui um dos maiores ETFs no segmento, o IShares Core Aggregate (AGG), também voltado para ativos grau de investimento nos EUA.
Com uma gama tão grande de ETFs, o investidor encontra opções com liquidez para os investimentos de longo e curto prazo e também para a reserva de emergência. Há também alternativas para quem aceita maior risco.
Longo prazo
O especialista da Investo lembra que há uma demanda maior por renda fixa de longo prazo. Isso porque há uma aposta de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a sinalizar a redução dos juros entre o final do ano e início do ano que vem. A taxa atualmente está na faixa de 5% a 5,25% ao ano.
Na renda fixa, quando os juros caem, o preço dos títulos sobe, propiciando ganhos a quem os comprou antes da queda e vende após a consolidação do afrouxamento monetário.
No entanto, também são os ativos de renda fixa de prazo mais longo que sofrem maior volatilidade pela marcação à mercado.
“É preciso estar atento a essa volatilidade e, caso a inflação nos Estados Unidos suba, o investidor verá esses ETFs perderem valor”, alerta Mancanares.
- TLT
Para quem quer tem apetite para essa volatilidade, o ETF de longo prazo de maior liquidez é o IShares 20+ Year Treasury (TLT), da BlackRock, que aplica em ativos do Tesouro com prazo acima de 20 ano. O custo para ter esse ETF é de 0,15%.
Curto prazo e inflação
Nas contas da Vanguard, ainda ocorrerá um aumento de juros nos EUA, com a taxa terminando na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano. A razão é a inflação ainda persistente e um mercado de trabalho resiliente.
“Nós sempre dissemos que a inflação não cairia magicamente, mesmo quando os problemas da cadeia de suprimentos foram resultados. A pandemia acelerou as mudanças demográficas no mercado de trabalho. A última etapa da redução da inflação pode ser mais desafiadora”, avaliou, em relatório, Andrew Patterson, economista-sênior da Vanguard.
- TIP e VTIP
Para passar por esse período sem susto, o investidor pode utilizar os ETFs que seguem os títulos do Tesouro correlacionados a índices de preços. Os dois maiores são o TIP, da BlackRock, e o VTIP, da Vanguard.
- BSV
Já para o investidor que tem um horizonte mais curto de investimento ou ainda está no início da formação da sua carteira em moeda estrangeira, a opção é o Vanguard Short-Term Bond (BSV), que investe em renda fixa de curto prazo, mas apenas ativos considerados grau de investimento.
- VCSH
Se o intuito é o curto prazo, mas o investidor quer um pouco mais de retorno, há o Vanguard Short-Term Coporate Bond (VCSH), que aplica em ativos corporativos que, mesmo sendo grau de investimento, têm um retorno um pouco acima de um título público.
- BIL
Guilherme Morais, analista da VG Research, lembra ainda que o investidor que pensa em uma reserva de emergência em moeda estrangeira pode buscar os ETFs de curtíssimo prazo. É o caso do SPDR Bloomberg 1-3 Month T-Bill (BIL), que aplica em ativos com maturação de um a três meses.
“O ETF é um caminho mais simples para o investidor brasileiro que deseja ter renda fixa americana”, afirma.
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