SÃO PAULO – A sessão desta segunda-feira (13) foi de recuperação para o Ibovespa após a queda na sexta-feira (10), com o mercado seguindo o maior otimismo no exterior e com o ambiente político aparentemente mais calmo em Brasília após a declaração à nação de Jair Bolsonaro na quinta com aceno aos poderes somando-se aos protestos contra o governo no domingo relativamente esvaziadas, com a oposição rachada.
As ações de companhias que têm sofrido no mês, como Méliuz (CASH3, R$ 6,69, +12,82%) e Banco Inter (BIDI4, R$ 21,43, +7,36%; BIDI11, R$ 65,39, +6,34%) registraram um dia de alta.
As ações das empresas com exposição ao e-commerce também apresentam uma recuperação, caso de Americanas (AMER3, R$ 41,40, +4,81%), Magazine Luiza (MGLU3, R$ 17,44, +1,51%) e Via (VIIA3, R$ 9,20, +2,00%), após a forte queda de sexta.
No caso do Magalu, a companhia se posicionou em comunicado após as ações terem despencado na sexta-feira. A varejista informou desconhecer qualquer ato ou fato relevante que não tenha sido divulgado pela empresa ao mercado e que justifique os movimentos do mercado de ações na semana passada.
Segundo a Bloomberg, citando uma fonte, o motivo para as perdas seria um relatório da consultoria americana YipitData, que apura dados de vendas no comércio eletrônico de empresas como o Magalu e o Mercado Livre. “Houve um crescimento mais lento das vendas da Magalu em agosto na comparação com julho, e o mercado está tomando isso como uma tendência para o resultado do terceiro trimestre de Magalu, que sai só em outubro”, disse a fonte.
Já segundo a companhia, ela continua a apresentar um crescimento acima do mercado, mantendo o padrão dos últimos cinco anos.
No radar da Via, por sua vez, o conselho de administração da companhia aprovou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures.
Entre as poucas perdas do índice, ficaram as ações de empresas exportadoras, em um novo dia de queda do dólar e não tão positivo para as commodities metálicas.
Enquanto os principais contratos do petróleo avançaram mais de 1% e ajudaram a impulsionar petroleiras como PetroRio (PRIO3, R$ 19,52, +2,20%) e Petrobras (PETR3, R$ 26,88, +3,11%; PETR4, R$ 26,23, +3,51%), o dia foi novamente de baixa para o minério de ferro.
O minério de ferro de referência na Bolsa de Dalian fechou em queda de 3,5%, para 706 iuanes, assim como o carvão metalúrgico, que recuou 6,3%. O minério segue sendo impactado por políticas do governo chinês de diminuir a produção e o consumo do material, visando o cumprimento de metas ambientais.
Fora do índice, as ações da Raízen (RAIZ4, R$ 6,95, +6,92%) avançaram cerca de 7% com várias casas iniciando a cobertura para os papéis com recomendação de compra, como o UBS BB, Credit Suisse, Bradesco BBI e BofA.
Com o dia bastante positivo, apenas sete das 91 ações que fazem parte do Ibovespa fecharam em queda, enquanto nove papéis subiram mais de 5%.
Confira os destaques:
Magazine Luiza (MGLU3, R$ 17,44, +1,51%)
O Magazine Luiza informou em comunicado ao mercado que desconhece qualquer ato ou fato relevante que não tenha sido divulgado pela empresa ao mercado e que justifique os movimentos do mercado de ações na semana passada.
Na sexta-feira (10), as ações da companhia encerraram o pregão com queda de quase 9% na Bolsa brasileira, a R$ 17,18, batendo sua mínima em 12 meses.
Segundo a Bloomberg, citando uma fonte, o motivo para as perdas seria um relatório da consultoria americana YipitData, que apura dados de vendas no comércio eletrônico de empresas como o Magalu e o Mercado Livre.
“Houve um crescimento mais lento das vendas da Magalu em agosto na comparação com julho, e o mercado está tomando isso como uma tendência para o resultado do terceiro trimestre de Magalu, que sai só em outubro”, disse a fonte.
No comunicado divulgado nesta segunda, o Magalu afirma que as “oscilações atípicas” podem ser atribuídas a notícias veiculadas pela imprensa ou por consultorias especializadas, “que não têm relação direta com o Magalu nem com seus fundamentos de longo prazo”.
Entre elas, a empresa cita o resultado da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, apresentado em reportagem no jornal Valor Econômico, intitulada “Tempestade Perfeita Atinge Eletroeletrônicos”, bem como relatórios da consultoria YipitData e notícias sobre aumento de capital de uma empresa asiática do setor.
“É importante dizer que tais notícias, de modo geral, têm efeito sobre os papéis de todo o setor”, escreve o Magazine Luiza.
“De forma concreta, o Magalu continua a apresentar um crescimento acima do mercado, mantendo o padrão dos últimos cinco anos. Segundo os dados da consultoria Compre & Confie, a participação de mercado online da companhia aumentou, em média, 2 pontos percentuais nos meses de julho e agosto de 2021, comparados com o mesmo período do ano passado. Essa expansão acontece mesmo quando se considera que o Magalu apresenta a maior base de comparação entre todos os seus principais concorrentes “, escreve.
Via (VIIA3, R$ 9,20, +2,00%)
O conselho de administração da Via aprovou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures, com prazos de três, cinco e sete anos, segundo comunicado enviado pela companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste domingo.
Os recursos, segundo a varejista, serão destinados para alongamento do perfil da dívida da companhia e reforço de caixa no âmbito da gestão ordinária dos negócios da empresa.
Petrobras (PETR3, R$ 26,88, +3,11%; PETR4, R$ 26,23, +3,51%)
A Petrobras confirmou na sexta o cronograma para o início da operação da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Polo GasLub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), em 2022, com um projeto que conta ainda com o gasoduto Rota 3 que trará o insumo do pré-sal. A informação foi anunciada na sexta-feira pelo presidente da companhia estatal, general da reserva Joaquim Silva e Luna, durante evento de assinatura de protocolo de intenções com o governo do Estado do Rio de Janeiro, no Palácio Guanabara, para cessão de áreas do GasLub.
O projeto da UPGN com o gasoduto prevê capacidade para escoar e processar diariamente 21 milhões de metros cúbicos de gás do pré-sal.
Também na sexta, a Petrobras afirmou que aprovou novos modelos contratuais para venda de gasolina A e de óleo diesel rodoviário e marítimo para as distribuidoras de combustíveis, e ressaltou que os novos contratos em nada alteram a sua política de precificação.
Segundo a empresa, os novos contratos visam simplificar alguns processos, aumentar a competitividade e trazer flexibilidade para a Petrobras na adoção de novas estratégias comerciais, à medida que a companhia deixa sua condição de quase monopolista no refino de petróleo por meio do processo de desinvestimentos em refinarias.
BRB (BSLI4, R$ 22,00, 0,00%)
O Banco de Brasília (BRB) pediu registro para realizar uma oferta subsequente de units, em busca de recursos para ampliar sua oferta de crédito e investir em tecnologia, enquanto o governo do Distrito Federal também aproveitará a operação para vender uma fatia no negócio.
Segundo o prospecto preliminar da oferta registrado nesta sexta-feira na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação será conduzida por Itaú BBA, BTG Pactual e Citi.
Rumo (RAIL3, R$ 18,45, +1,82%)
A Rumo anunciou na sexta-feira a conclusão de uma arbitragem com Logística Brasil, Dimitrios Markakis e Deminvest, acionistas minoritários da Brado.
A arbitragem tinha a ver com direito de liquidez previsto no acordo de Acionistas da Brado.
“Com o encerramento do referido procedimento arbitral, a Rumo adquiriu 15,42% do capital social da Brado, por cerca de R$ 388 milhões”, afirmou a Rumo.
Eletrobras (ELET3, R$ 37,54, +3,19%; ELET6, R$ 37,92, +2,49%)
A Eletrobras informou aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto 10.791/2021, de 10 de setembro de 2021, que cria a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. – ENBpar.
A nova estatal, criada em razão do processo de capitalização da Eletrobras, conforme previsto na Lei nº 14.182/2021, foi desenhada como um modelo de holding e terá como objeto deter o capital social e a comercialização da usina hidrelétrica de Itaipu, ser a sócia majoritária na Eletronuclear, gerir os contratos da Reserva Global de Reversão – RGR firmados até 2016 e os seguintes programas de governo: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA, Mais Luz para Amazônia e Mais Luz para Todos.
A forma de segregação dos ativos ainda está em avaliação pelo BNDES e deverá ser aprovada em Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas da Eletrobras, conforme artigo 3º da Lei nº 14.182/2021.
CCR (CCRO3, R$ 11,71, -0,59%)
O Bradesco BBI repercutiu os dados sobre tráfego divulgados pela CCR após o fechamento dos mercados, na sexta. A queda no tráfego em estradas de pedágio foi de 9% na semana de 3 de setembro em relação ao mesmo período de 2019, antes dos efeitos da pandemia, e uma queda de 9,6 pontos percentuais em comparação com a semana imediatamente anterior.
O tráfego de passageiros em concessões urbanas caiu 46% frente a 2019, e 5,2% em relação à semana imediatamente anterior. Em concessões aeroportuárias, caiu 32% frente a 2019 e 3% frente à semana imediatamente anterior. O banco mantém avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) para a CCR, e preço-alvo de R$ 22, frente à cotação de sexta de R$ 11,78.
Multiplan (MULT3, R$ 20,74, +2,72%) e Cyrela (CYRE3, R$ 19,85, +4,92%)
Entre 8 e 10 de setembro, o Credit Suisse realizou sua conferência anual da América Latina, em que teve encontros com Multiplan e Cyrela. O banco diz que os executivos da Multiplan afirmaram que a recuperação das vendas continuou em agosto, impulsionada pela normalização das horas de abertura. Além disso, a Multiplan também se mantém confiante sobre o desempenho no Natal. No caso da Cyrela, a gestão diz se manter otimista quanto à demanda no curto prazo, e prevê lançamento de entre 10% e 15% nos lançamentos em 2021, apesar dos cenários micro e macro mais desafiadores.
WEG (WEGE3, R$ 38,90, +0,62%)
Entre 8 e 10 de setembro, o banco Credit Suisse realizou sua Conferência Anual sobre a América Latina, em que se encontrou com André Salgueiro, diretor de relações com investidores (IR na sigla em inglês). O Credit diz que Salgueiro apresentou uma visão positiva sobre a perspectiva de crescimento, e reforçou o potencial da empresa de elevar suas operações nos mercados doméstico e externo.
A gestão da WEG diz esperar que a margem Ebitda atinja entre 18% e 19% no segundo semestre. Neste ano, diz esperar que a margem chegue a 18,7%. O banco também disse esperar a conclusão e o início da operação de sua fábrica na Índia até o final de 2022 ou início de 2023. O banco diz esperar que a fábrica adicione cerca de R$ 600 milhões em receitas anualmente. O banco mantém avaliação outperform para a WEG, e preço-alvo de R$ 46, frente à cotação de sexta de R$ 38,66.
Hapvida (HAPV3, R$ 15,18, +3,55%), Grupo Notre Dame (GNDI3, R$ 83,62, +2,92%), Rede D’Or (RDOR3, R$ 70,50, +3,68%), Hypera (HYPE3, R$ 34,81, +0,93%) e Cogna (COGN3, R$ 3,21, +6,64%)
O Credit Suisse destaca que, em sua conferência sobre América Latina na semana passada, a Hapvida ressaltou a provável normalização da sinistralidade, mesmo que impactada por compras incorporadas. A empresa se disse otimista quanto à recuperação econômica, e disse que deve se beneficiar de empregos formais e informais. Também se disse confiante quanto ao timing da fusão com o Grupo Notre Dame.
A Rede D’Or discutiu seu interesse estratégico em medicina diagnóstica e falou sobre a perspectiva de se tornar uma pagante, em relação à qual se disse desinteressada.
A Hypera disse que o crescimento das vendas continua acima da média do mercado, e entre unidades de negócios. O recém-adquirido portfólio da Takeda está elevando suas vendas, e o mesmo é esperado do portfólio da Sanofi. A empresa se prepara para entrar no mercado farmacêutico privado.
No caso da Afya, a empresa disse que enxerga perspectiva de valorização, além de um fluxo previsível de caixa com as escolas de medicina. A Afya também afirmou que há candidato para compra no setor de educação médica, e que está bem posicionada para capturar sinergias.
A Cogna afirmou que está atuando sob uma nova linha de pensamento de controle de gastos e disciplina em relação a fluxo de caixa. O banco diz acreditar que isso é necessário, por conta do alto endividamento.
Arezzo (ARZZ3, R$ 84,10, +1,13%), SBF (SBFG3, R$ 33,00, +2,48%), Lojas Renner (LREN3, R$ 37,17, +2,76%)
O Credit Suisse reiniciou a cobertura para Arezzo, com avaliação outperform e preço-alvo de R$ 110, frente a R$ 83,16 de sexta; Grupo SBF, com avaliação outperform e preço-alvo de R$ 42, frente a R$ 32,2 de sexta; e Lojas Renner, com avaliação neutra e preço-alvo de R$ 43, frente a R$ 36,17 de sexta.
O banco diz que a tendência de curto prazo de vendas indica perspectiva de alta de 20% no crescimento orgânico em relação a 2019. Além disso, as margens brutas ficaram virtualmente normalizadas no segundo trimestre, o que sugere que as preocupações com quedas de preços estão suspensas, ao menos por enquanto.
As empresas se mostraram capazes de crescer acima de outras empresas do setor com o tempo, e o banco diz ver vários motivos para acreditar que essa tendência irá se manter, incluindo estratégias de consolidação, capacidade de vendas e um forte balanço, com tendência de lucratividade. As três empresas são suas preferidas (top picks em inglês) no setor.
Gerdau (GGBR4, R$ 27,51, +0,77%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 12,64, +1,12%)
O Grupo Gerdau estimou nesta segunda-feira efeito positivo de aproximadamente R$ 1,5 bilhão nos resultados da companhia, da holding e de uma subsidiária no terceiro trimestre, relacionado a processo para ressarcimento de perda incorrida com o chamado empréstimo compulsório envolvendo a Eletrobras.
Conforme fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Gerdau, Metalúrgica Gerdau e Seiva tomaram conhecimento no último dia 10 que a elétrica estatal fez pagamento judicial do valor da condenação determinada pelo Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, de R$ 1,5 bilhão, devidamente acrescidos de encargos de mora e de sucumbência.
“As companhias esclarecem que estão empreendendo as medidas necessárias junto à 14ª Vara Cível no sentido de levantarem os referidos montantes depositados judicialmente”, afirmou.
AES Brasil (AESB3, R$ 14,92, +2,61%)
A administração da AES Brasil está estudando a possibilidade de realizar uma oferta pública de distribuição com esforços restritos de colocação de ações de sua emissão, de acordo com fato relevante publicado nesta segunda-feira, que não traz detalhes sobre montantes.
“Para tanto, a companhia informa que iniciou processo de engajamento de instituições financeiras nacionais e internacionais… para a análise da viabilidade da potencial oferta…”, afirmou.
Entre os bancos engajados no processo estão Bradesco BBI, Itaú BBA, Banco de Investimentos Credit Suisse, Santander e HSBC.
A companhia afirmou que seu plano de crescimento poderá ser acelerado pela potencial oferta.
A empresa afirma ter uma estratégia focada no crescimento e diversificação de portfólio por meio de desenvolvimento de projetos de fontes complementares à hídrica, com contratos de longo prazo.
Totvs (TOTS3, R$ 38,00, -0,52%)
O conselho de administração da Totvs informou nesta segunda-feira (13) a aprovação de oferta pública com esforços restritos de distribuição primária de 39.270.000 ações. A quantidade de ações poderá ser acrescida em até 65%, ou em até 25.525.500 novas ações.
A companhia informou que o preço por ação da oferta será fixado após a conclusão do procedimento de coleta de intenções de investimento, a ser realizado com investidores institucionais locais.
A oferta realizada no Brasil terá coordenação do BTG Pactual, Itaú BBA, Morgan Stanley, Citigroup, Santander e UBS Brasil.
A Totvs pretende usar os recursos potenciais aquisições de empresas que possam contribuir para a execução da
estratégia e construção de um ecossistema de tecnologia em três dimensões (Gestão, Techfin e Business Performance), sendo que quaisquer recursos líquidos remanescentes serão utilizados para reforço de capital e para consecução de seu objeto social.
Raízen (RAIZ4, R$ 6,95, +6,92%)
O Credit Suisse iniciou a cobertura da Raízen com avaliação outperform e preço-alvo de R$ 10. O banco ressalta que a companhia almeja elevar negócios ambientalmente sustentáveis, e triplicar seu lucro Ebitda nos próximos dez anos, além de já possuir uma base de ativos sólida em produção de açúcar e etanol, assim como em distribuição de combustíveis no Brasil e na Argentina. O banco também se diz otimista quanto aos negócios de distribuição de combustíveis no Brasil com a privatização de refinarias e alta da demanda em meio à retomada da economia.
Fonte: Infomoney
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