Especialistas focam os esforços de localizar ativos que ofereçam ganhos reais, já que a inflação está corroendo as aplicações.
Em meio à alta da inflação brasileira, que já avança 6,10% em 12 meses, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (5) elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto, para 3,50% ao ano, conforme esperado pelo mercado financeiro.
Este foi o segundo aumento consecutivo e de mesma magnitude da elevação de março, e o processo não deve se encerrar agora. O BC sinalizou uma nova alta da Selic, na mesma magnitude, em sua próxima reunião, em junho.
O mercado tem aumentado as projeções para o tamanho do aperto monetário em curso e vê a taxa básica de juros encerrando 2021 em 5,50% e 2022, em 6,25%. Em janeiro, as expectativas apontavam para taxas de 3,25% e 4,75% ao fim de cada ano, respectivamente.
Diante da pressão inflacionária, da direção para cima da Selic e de ruídos fiscais ainda elevando os prêmios pedidos pelos investidores no mercado de juros, gestores de patrimônio e especialistas de investimento consultados pelo InfoMoney avaliam que o momento pode ser oportuno para comprar títulos públicos, em especial os atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que protegem o poder de compra do investidor ao longo do tempo.
Os títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto têm mostrado um aumento das taxas (com consequente queda dos preços) desde agosto de 2020.
Em abril, com o mercado à espera da aprovação do Orçamento de 2021, papéis como Tesouro IPCA+ 2035 e 2045 chegaram a pagar juros reais de 4,3%, o maior patamar desde novembro de 2020. No caso de títulos com retornos prefixados, os prêmios ultrapassaram os 9% ao ano, nível que não era visto desde março de 2019.
Esperando uma melhora nos próximos meses, contudo, a avaliação é de que as taxas tendem a ceder, tornando o momento atual ainda mais atrativo para a montagem de posição.
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