Credit revisa PIB para baixo, dólar para cima e Selic para dois dígitos em 2022 com mudança do quadro fiscal

Sinalizações exigirão uma ação de política monetária mais assertiva para ancorar as expectativas de inflação, apontam economistas

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(Getty Images)

A equipe econômica do Credit Suisse revisou as suas projeções para a economia, destacando que as últimas sinalizações do governo sobre o teto de gastos representam uma mudança no quadro fiscal brasileiro e uma piora dos fundamentos.

Assim, elas exigirão uma ação de política monetária mais assertiva para ancorar as expectativas de inflação e reduzir o atual nível de inflação para o centro do intervalo da meta.

Agora, a equipe espera duas altas de 125 pontos-base da Selic, atualmente em 6,25%, para este ano, seguidas de mais duas altas no próximo ano, a primeira de 100 pontos-base e a segunda de 75 pontos-base, chegando a 8,75% ao ano no final de 2021 e 10,5% ao ano no final de 2022.PUBLICIDADE

Além do mais, a equipe econômica revisou as projeções para a taxa de câmbio, crescimento do PIB, inflação e contas fiscais.

“A deterioração dos fundamentos agora é compatível com uma taxa de câmbio mais depreciada, inflação mais alta, taxas de juros terminais mais altas e menor crescimento do PIB”, apontam os economistas Solange Srour e Lucas Vilela.

A expectativa dos economistas é de um dólar a R$ 5,50 para o final de 2021 e 2022, ante projeção de R$ 5,20, com a expectativa para o IPCA passando de 8,7% para 9,1% em 2021 e de 5,2% para 5,5% para 2022.

Os economistas apontam que a inflação mais alta neste ano é resultado de uma taxa de câmbio mais depreciada, dos preços mais altos do combustível no mercado internacional e aumentos maiores nos preços da energia.

Para o ano que vem, a revisão está baseada no maior impacto da inércia e ao câmbio mais depreciado.

Por fim, reduziram a projeção de crescimento do PIB de 5,3% para 5,0% em 2021 e de 1,1% para 0,6% em 2022. “Esperamos que o aperto nas condições financeiras e o aumento da inflação e da incerteza afetem o consumo e os investimentos neste ano e no próximo”, apontam os economistas.

-Fonte: Infomoney