A produção de açúcar e etanol do centro-sul do Brasil, região responde por cerca de 90% da cana cultivada e plantada no país, deverá recuar mais de 7% na temporada recém-iniciada (2021/22), com uma redução na moagem e uma piora na qualidade da matéria-prima, apontou o Itaú BBA em relatório nesta quinta-feira.|
A moagem de cana cairá principalmente por uma “pequena redução” de área plantada –com um aumento de plantio de cana de 18 meses e perda de área para outras culturas– e pela queda de produtividade em função do período seco de 2020, “que não foi recuperado em fevereiro e março de 2021”, disse o banco de investimento em relatório.
A instituição projeta a moagem em 585 milhões de toneladas para 2021/22, queda de 3,4% na comparação anual, o que resultaria em produção de 35,6 milhões de toneladas de açúcar (-7,3%) e de 25,8 bilhões de litros de etanol de cana (-7,1%).
“Outro fator importante é relacionado à qualidade da cana medida em Açúcares Totais Recuperáveis (ATR)”, disse o Itaú BBA, ressaltando que o enfraquecimento do La Niña deve voltar a trazer chuvas dentro da normalidade –o tempo seco tende a aumentar a concentração de sacarose.
Com isso, a média de ATR atingiria 139 kg por tonelada de cana, versus 144,7 na temporada anterior.
Sobre o “mix”, o Itaú BBA citou que o fortalecimento do dólar levou as empresas a manterem uma safra açucareira, com o total de cana para o açúcar ficando praticamente estável ante a temporada anterior, em 46%.
Referente ao nível de produção do etanol e milho, o Itaú BBA está projetando um aumento anual de 32,5%, para 3,4 bilhões de litros, que nesse caso ameniza a redução na produção do total do biocombustível para uma queda de 4%.
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