Os Preços do petróleo se recuperam com preocupações com o Canal de Suez

Os preços do petróleo bruto subiam acentuadamente novamente na sexta-feira (26), com o mercado movimentando o preço em um aumento acentuado da incerteza sobre o fornecimento devido ao bloqueio no Canal de Suez.

Nas últimas horas, aumentaram as notícias de que as companhias de navegação começaram a redirecionar os navios-tanque para longe do Canal de Suez e ao redor do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Esses desvios aumentam em média, 16 dias para o transporte das cargas que vão do Golfo a Rotterdam, o porto mais importante da Europa, ou 12 dias para uma carga que vai do Golfo a Nova York.

O sentimento no mercado dos EUA também foi sustentado pela divulgação dos números mais baixos de pedidos de auxílio-desemprego em um ano na quinta-feira e pelo anúncio do presidente Joe Biden de um cronograma acelerado para vacinar os americanos contra a Covid-19, um pré-requisito fundamental para o retorno ao normal na vida econômica e social.

Os futuros do petróleo dos EUA subiam 4,4%, a US$ 61,12 o barril, enquanto o petróleo Brent, a referência global, subia 4,1%, a US$ 64,48 por barril.

O mercado ficou de pernas para o ar com o bloqueio do Canal de Suez, que transporta mais de um décimo do comércio de petróleo bruto marítimo do mundo em um dia normal.

A Bloomberg informou que quase 300 navios ainda estavam esperando para entrar no canal na sexta-feira, um aumento desde a quinta feira que tinham 185 no aguardo da liberação do canal. Cerca de um terço deles transportava petróleo bruto ou outros produtos energéticos.

Até certo ponto, a volatilidade nos mercados locais de petróleo pode ser compensada pelos estoques, que ainda estão acima das médias históricas. Além disso, a principal rota comercial do Golfo Pérsico para a China e a Índia não foi afetada pelo bloqueio. As esperanças de um aumento temporário na produção dos principais produtores do Golfo foram frustradas na sexta-feira, no entanto, depois que a Arábia Saudita disse à Índia para reduzir seus estoques. Um ministro do governo indiano chamou a ação saudita de “pouco diplomática”.

A Reuters também informou que a Abu Dhabi National Oil Company reduziu o fornecimento a clientes asiáticos nesta semana, ciente da necessidade de ser vista em conformidade com o pacto da Opep+ sobre restrição de produção quando o bloco se reunir novamente na próxima semana.

Segundo os analistas do Goldman Sachs disseram que a recente reprecificação em reação à última onda de casos Covid-19 na Europa, Índia e Brasil provavelmente foi exagerada. Damien Courvalin e sua equipe disseram que ainda esperam que a demanda global aumente em cerca de 4,5 milhões de barris por dia entre o primeiro e o terceiro trimestres do ano.