Prévia da inflação, IPCA-15 sobe 0,89% em agosto, maior alta para o mês desde 2002 e acima do esperado pelo mercado

A projeção de consenso de economistas consultados pela Refinitiv era de alta de 0,82% de agosto frente julho e alta de 9,24% na comparação anual

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,89% em agosto frente julho, após registrar alta de 0,72% em julho de 2021 na comparação mensal. Esse resultado é o maior para um mês de agosto desde 2002, quando atingiu 1,00%. No ano, o indicador acumula alta de 5,81% e nos últimos 12 meses, de 9,30%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A projeção de consenso de economistas consultados pela Refinitiv era de alta de 0,82% de agosto frente julho e alta de 9,24% na comparação anual.

Com aumento de 5,00%, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no resultado, sendo responsável por 0,23 ponto percentual no índice do mês. No contexto da crise hídrica, a bandeira tarifária vermelha patamar 2 vigorou nos meses de julho e agosto. Além disso, a partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional da bandeira, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos (frente a R$ 6,243 em junho).

Reajustes tarifários em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Belém também explicam o resultado em agosto. Com isso, o grupo habitação ficou com a maior alta no mês: 1,97%, equivalente a 0,31 ponto percentual do índice geral. Além da energia elétrica, o grupo habitação foi influenciado pelos aumentos nos preços do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%).

A segunda maior contribuição para o IPCA-15 de agosto veio dos transportes, com aumento de 1,11%, seguida por alimentação e bebidas (1,02%). A única queda foi em saúde e cuidados pessoais (-0,29%).

No grupo dos transportes, os preços dos combustíveis (2,02%) aceleraram em relação a julho (0,38%). A principal contribuição (0,12 p.p.) veio da gasolina (2,05%), cuja variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,52%. Também subiram os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%), enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.

Por outro lado, houve deflação no grupo saúde e cuidados pessoais (-0,29%), que contribuiu com -0,04 p.p. no índice geral. Isso se deve sobretudo à queda nos preços dos itens de higiene pessoal (-0,67%), produtos farmacêuticos (-0,48%) e plano de saúde (-0,11%).

Todas as áreas pesquisadas apresentaram inflação em agosto. O menor resultado ocorreu em Belo Horizonte (0,40%), influenciado pela queda das passagens aéreas (-20,05%) e taxa de água e esgoto (-6,40%). Já a maior variação foi registrada em Goiânia (1,34%), onde pesaram as altas da gasolina (6,31%) e da energia elétrica (3,60%).

-Fonte: Infomoney