Hoje o dólar teve forte queda contra o real, em sessão direcionada principalmente por fluxos, com todas as atenções do mercado voltadas às reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, que se encerram na quarta-feira.
O dólar spot teve queda de 0,95%, a 5,0723 reais na venda, sua maior desvalorização diária desde 2 de junho (-1,201%). Na B3, o dólar futuro tinha queda de 0,98%, a 5,078 reais.
Todas as expectativas dos mercados de hoje estão girando em torno dos encontros desta semana do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) e do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o que deve se manter até a divulgação das decisões.
Na maior economia do mundo, temores de superaquecimento econômico têm elevado ruídos relacionados a um possível aperto monetário precoce por parte do Fed, que está deixando todos os analistas nos bancos atentos.
Já no Brasil, devido a aumento nas expectativas de inflação, espera-se também pelos analistas, o novo aumento da Selic, em 0.75 ponto percentual que deve acontecer em agosto.
Aconteceu uma pesquisa da Reuters com alguns economistas, e nela mostrou que o BC anunciará o terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual em sua taxa básica de juros na próxima semana, e possivelmente indicará um ciclo mais agressivo à frente ao abandonar seu compromisso com uma “normalização parcial” da política monetária.
Caso esses dois cenários se concretizem, a tendência é de valorização do real, têm repetido especialistas. “Com o BC subindo juros, o mercado de renda fixa local vai ficando mais atrativo”, disse Netto, da Acqua-Vero, referindo-se a operações de “carry trade”, uma estratégia que consiste na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros de uma divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.
“Há ainda a ampla liquidez nos Estados Unidos e na Europa; esse dinheiro vem para países emergentes, como Brasil, e os ingressos levam a uma tendência de alta da moeda local.”
Além da política monetária, alguns investidores chamaram a atenção nesta terça-feira para a notícia de que o Senado tem sessão convocada para a votação, na quarta-feira, da medida provisória que trata da privatização da Eletrobras.
Sinais de avanço na agenda de privatizações doméstica tendem a beneficiar o real, uma vez que elevam a perspectiva de ingresso de recursos no Brasil.
Depois da aguardada quarta-feira, que ocorrerá decisões relevantes para política monetária, que vem dominando os mercados e investidores há vários dias, o mercado de câmbio doméstico deverá continuar monitorando dados sobre a inflação e a atividade econômica, enquanto, no médio prazo, o foco começará a passar para as eleições presidenciais de 2022.
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