A alemã Uniper pediu nesta segunda-feira que os acionistas aprovem um resgate e nacionalização que custará ao governo mais de 50 bilhões de euros (US$ 53 bilhões), alertando que, caso contrário, terá que considerar a insolvência.
O presidente-executivo, Klaus-Dieter Maubach, disse em uma reunião virtual extraordinária de acionistas que a desordem causada pela perda de suprimentos de gás da Rússia poderia deixar os acionistas sem nada se não aceitassem a proposta alemã .
A russa Gazprom já foi a maior fornecedora de gás da Uniper, mas uma grande queda nas entregas após a invasão da Ucrânia por Moscou forçou o importador de gás alemão a comprar gás em outro lugar a preços muito mais altos para honrar seus contratos.
Os investidores da Uniper vão votar duas medidas principais na reunião de segunda-feira, uma injeção de capital de 8 bilhões de euros pelo Estado alemão e uma nova injeção de até 25 bilhões de euros por parte de Berlim.
“(As medidas) são indispensáveis para o futuro desta empresa”, disse Maubach. “Se a aprovação não for concedida, teríamos que revisar muito criticamente a chamada previsão de continuidade operacional de nossa empresa”, acrescentou.
“Na visão do Conselho de Administração, uma possível insolvência pode levar a uma perda total para os acionistas.”
Maubach disse que a Uniper atualmente tem acesso a cerca de 2,5 bilhões de euros em fundos.
Se o resgate for aprovado, o governo alemão acabará detendo pouco menos de 99% da Uniper, a maior comercializadora de gás da Alemanha, após duas emissões de ações. O Ministério das Finanças da Alemanha será responsável pela participação, disse a Uniper na segunda-feira.
O atual acionista majoritário, a finlandesa Fortum , sairá como resultado, embora mantenha o direito de fazer uma oferta inicial pelos ativos nucleares e hidrelétricos suecos da Uniper até o final de 2026, caso a empresa decida vendê-los.
A Uniper disse que atualmente não tem planos de fazê-lo.
A perda de gás russo, a retaliação de Moscou pelas sanções ocidentais sobre a invasão da Ucrânia, desencadeou um prejuízo líquido de 40 bilhões de euros para o importador, que fornece cerca de um terço do gás da Alemanha, o maior prejuízo na história corporativa alemã.
(US$ 1 = 0,9450 euros)
-Fonte: Reuters
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