Para o fundador e CEO da exchange FTX, a escalabilidade será o atributo mais importante para o sucesso de uma rede blockchain no longo prazo.
Com a autoridade de quem acumulou uma fortuna estimada em mais de US$ 22 bilhões, o fundador e CEO da exchange FTX, Sam Bankman-Fried, acredita que o sucesso e a longevidade das redes blockchain hoje existentes dependerão da capacidade de seus desenvolvedores para criar soluções de escalabilidade para que as redes consigam operar em escala industrial. A declaração foi dada durante uma entrevista ao podcast gm, divulgada nesta terça-feira.
Bankman-Fried disse estar de acordo com aqueles que afirmam que o futuro será multi-chain. No entanto, a tendência é que apenas aquelas que ofereçam aplicações úteis e efetivas aos usuários consigam se manter no mercado, ressaltou:
“Não estou convencido de que teremos um bilhão de redes com atividade real no longo prazo. O que eu acho que nós vamos acabar em um mundo onde cada rede tem que justificar por que as pessoas escolheriam usá-la.”
Entre as “10 e 100” redes que Bankman-Fried visualiza coexistindo no futuro, obviamente a sua ficha número um é a Solana (SOL). Seu envolvimento com a rede é notório. Inclusive, através da FTX, o empresário está envolvido diretamente com projetos implementados na rede, como a exchange descentralizada Serum (SRM) e o game Star Atlas (ATLAS).
A busca por soluções de escalabilidade que em tese permitiriam o processamento de até 65 mil transações por segundo com baixo custo de taxas de transação justifica a admiração e a confiança de Bankman-Fried no sucesso da rede no longo prazo:
“A maioria dos protocolos que eu observo, eu simplesmente não tenho a sensação de que soluções de esalabilidade estão previstas em qualquer ponto dos seus roadmaps. Trata-se de algo a ser resolvido posteriormente. Acho que Solana está levando isso extremamente a sério. Eles são um dos únicos protocolos que traçou um caminho real e plausível para escalar a rede até o nível necessário para utilizá-la em escala industrial.”
Em segundo lugar, Bankman-Fried apontou a Avalanche (AVAX), muito embora a escalabilidade não esteja entre as prioridades da equipe de desenvolvedores. O empresário destacou que a abordagem da equipe sob uma perspectiva diferente da sua própria pode acabar se revelando algo positivo no futuro:
“Eu acho que Avalanche é uma blockchain real, é uma blockchain interessante. A equipe faz o seu trabalho, eles são realmente dedicados. Acho que eles priorizam outras coisas em relação ao que eu pessoalmente teria feito, mas não tenho certeza de que eles estão errados. Eu não diria que sei o que é melhor e eles não, mas acho que a escalabilidade não é algo a que eles estão dando a atenção que eu esperava. Mas eu acho que é uma blockchain real. Eles podem vir a ser absolutamente enormes.”
Ao lado da Solana e da Terra (LUNA), a Avalanche foi um dos protocolos de contratos inteligentes que mais cresceu no ano passado com base em seus atributos técnicos e na reputação de sua equipe de desenvolvedores, comandada por Emin Gün Sirer, professor associado de ciência da computação da Unversidade de Cornell nos EUA.
Por fim, Bankman-Fried mencionou o Bitcoin (BTC). O empresário visualiza um futuro em que o BTC se mantém como o ativo central do ecossistema de criptomoedas, mas acredita que ele acabará sendo utilizado em outras redes em versões envelopadas, como o wBTC. Os ativos envelopados, segundo Bankman-Fried tendem a se tornar uma tendência dominante em um ecossistema multi-chain:
“Acho que os [ativos] envelopados, em geral, provavelmente continuarão crescendo com o tempo. Como você tem uma divergência entre as redes que têm escala para lidar com a demanda dos usuários e as redes que realmente concentram a circulação de valor, você não tem escolha a não ser mergulhar cada vez mais fundo nos ativos envelopados. Assim, eu espero que o Bitcoin permaneça no centro do ecossistema cripto, mas a blockchain do Bitcoin pode não ser a blockchain na qual o Bitcoin vai ser de fato movimentado.”
Bankman-Fried visualiza um futuro em que o ecossistema cripto se estabelece através de redes com funcionalidades mais amplas, em oposição a uma corrente representada por presonalidades como o ex-CEO do Twitter Jack Dorsey e o CEO da Tesla, Elon Musk, que afirmam que a suposta descentralização dos protocolos que compõem o que se configura atualmente como Web3 não passa de ilusão. Segundo eles, estas redes estariam sob controle dos fundos de capital de risco que as financiam, conforme noticiou recentemente o Cointelegraph Brasil.
-Fonte: Cointelegraph