Exclusivo: bancos estatais da China estão adquirindo dólares no mercado de swaps para estabilizar o yuan

Os bancos estatais da China intensificaram sua intervenção para defender o enfraquecimento do iuan nesta segunda-feira, com fontes bancárias dizendo à Reuters que esses bancos venderam um alto volume de dólares e usaram uma combinação de swaps e negociações à vista.

Seis fontes bancárias disseram à Reuters que os principais bancos estatais do país foram vistos trocando yuan por dólares americanos no mercado a termo e vendendo esses dólares no mercado à vista, uma jogada de manual usada pela China em 2018 e 2019 também.

A venda parecia ter como objetivo estabilizar o yuan, com os swaps ajudando a adquirir dólares, além de ancorar o preço do yuan em futuros, disseram as fontes, que têm conhecimento direto dos negócios do mercado.

O yuan caiu 11,6% em relação ao dólar este ano. Ele estava sendo negociado em torno de 7,1980 por dólar na segunda-feira.

Os contratos futuros de dólar/yuan de um ano caíram rapidamente após as ações do banco estatal, empurrando o yuan para 6,95 por dólar. Uma das fontes observou que o tamanho da operação de venda de dólares era “bastante enorme”.

“Os grandes bancos querem adquirir posições em dólar do mercado de swap para estabilizar o mercado spot”, disse outra fonte.

Os bancos estatais geralmente negociam em nome do banco central no mercado de câmbio da China, mas também podem negociar para seus próprios fins ou executar ordens para seus clientes corporativos.

Uma terceira fonte observou que os negócios dos bancos estatais parecem ser administrados de modo que as reservas cambiais de US$ 3 trilhões do país, observadas de perto, não sejam utilizadas para intervenção.

Ao mesmo tempo, a medida ajuda os bancos estatais a adquirir dólares em um momento em que os rendimentos crescentes dos EUA tornaram os dólares escassos e caros.

A China queimou US$ 1 trilhão em reservas que sustentavam o yuan durante a crise econômica em 2015, e a forte redução nas reservas oficiais atraiu muitas críticas.

-Fonte: Reuters