Ibovespa Futuro abre em queda com reforma, Orçamento e desemprego no radar; dólar fica estável

Índice futuro descola de movimento mais estável no exterior e tenta se manter na casa de 120 mil pontos

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre esta terça-feira (31) em queda, em desempenho pior que os principais índices de ações internacionais, que operam entre perdas e ganhos após mais cedo chegarem a subir em continuidade ao movimento visto desde sexta passada com a sinalização de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, de que os juros seguirão em patamares baixos por muito tempo.

No exterior, atenção para os dados divulgados pelo governo chinês, que indicaram desaceleração do crescimento da atividade fabril na China em agosto. O índice oficial do gerente de compras (PMI na sigla em inglês) da indústria relativo a agosto marcou 50,1 pontos, frente ao patamar de julho, de 50,4 pontos.

Já PMI oficial de serviços ficou em 47,5 em agosto, bem abaixo da marca de 53,3 de julho, mostraram os dados da agência. Enquanto isso, o PMI Composto oficial, que inclui tanto a atividade industrial quanto a de serviços, caiu a 48,9 em agosto de 52,4 em julho.

Por aqui, atenção para o noticiário político e econômico. O parecer da reforma administrativa pode ser divulgado nesta terça, enquanto Luiz Fux, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco fazem reunião para debater solução para pagamento de precatórios.

Segundo Pacheco, a conversa com Lira e Fux é para alinhar a solução. Fux propõe limitar o crescimento da conta dos precatórios à inflação, seguindo a mesma dinâmica da regra do teto de gastos. A proposta formal é que a base de cálculo para o crescimento dos precatórios retroaja a 2016, quando passou a vigorar a regra do teto, com essa aplicação sendo orientada pelo CNJ.

Ainda em destaque, atenção também para o projeto de lei orçamentária, que o governo precisa enviar hoje ao Congresso.

Entre os indicadores, foi divulgada a taxa de desemprego de junho pelo IBGE, que ficou em 14,1%, resultado abaixo da projeção dos analistas consultados pela Refinitiv, que esperavam taxa de 14,4%.

Às 9h10 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 tinha queda de 0,49%, a 120.030 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial opera em alta de 0,08% a R$ 5,193 na compra e a R$ 5,194 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em setembro avança 0,06% a R$ 5,188.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe três pontos-base a 6,75%, DI para janeiro de 2023 tem alta de quatro pontos-base a 8,44%, DI para janeiro de 2025 avança quatro pontos-base a 9,41% e DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de quatro pontos-base a 9,81%.

As principais bolsas asiáticas registraram em sua maioria altas na terça, mesmo após dados divulgados pelo governo chinês indicarem desaceleração do crescimento da atividade fabril.

Além disso, na segunda, a Imprensa Nacional da China e a Administração de Publicações apresentaram planos para limitar o tempo em que aqueles com menos de 18 anos poderão jogar videogames a apenas três horas por semana. Com isso, as ações da Tencent listadas em Hong Kong tiveram perdas pela manhã, mas subiram 3,31% antes do final do dia. Já as da Netease perderam 2,07%.

Já as bolsas europeias ficam entre perdas e ganhos nesta terça. Dados divulgados na segunda indicaram que o sentimento econômico na zona do euro arrefeceu mais do que o esperado em agosto, após uma alta recorde em julho.

Já a inflação de 12 meses na região bateu 3%, uma nova máxima em uma década e acima das estimativas de mercado de 2,7%.

Durante a manhã, foi divulgada ainda a taxa de desemprego na Alemanha, que marcou 5,5% em agosto, abaixo da expectativa de 5,6% e do patamar de julho, de 5,6%.

Além disso, foi divulgado o avanço do PIB da Itália, que cresceu 17,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o país sofria efeitos mais severos da pandemia de Covid, e em linha com a expectativa de analistas.

Cabe destacar que os países da União Europeia votaram em submeter os EUA a novas restrições a viagens não essenciais em meio a um aumento de novos casos de coronavírus, desferindo um novo golpe para a indústria do turismo.

Radar corporativo

Petrobras (PETR3; PETR4) e Braskem (BRKM5)

A Petrobras  reafirmou na segunda-feira que mantém seu posicionamento em buscar a venda integral de sua participação na Braskem e monitora o processo de alienação da participação detida pela Novonor, disse a petroleira em comunicado. A Petrobras ainda disse que não há qualquer definição ou decisão sobre o assunto.

Fleury (FLRY3), Alliar (AALR3) e Rede D’Or (RDOR3)

A Rede D’Or São Luiz informou na noite da última segunda que o seu Conselho de Administração se reuniu e deliberou não proceder ao lançamento de uma oferta pública voluntária da Companhia (OPA) visando à aquisição de até a totalidade das ações de emissão da Centro de Imagem Diagnósticos, Alliar.

Na véspera, o grupo de medicina diagnóstica Fleury afirmou que iniciou estudos preliminares para avaliar uma potencial transação envolvendo a empresa de diagnósticos médicos Alliar.

BR Properties (BRPR3)

A empresa de imóveis comerciais BR Properties anunciou na segunda-feira que vendeu 55% de uma da torres do Complexo JK, em São Paulo, para a JFL Must, por R$ 555,9 milhões.

Segundo a BR Properties, a conclusão do negócio e o pagamento serão realizados após a superação de determinadas condições precedentes. A JFL Must é um dos negócios do empresário Jorge Felipe Lemann, filho do bilionário Jorge Paulo Lemann.

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner afirmou nesta segunda-feira que não há até o momento evidência de vazamento de informações ou dados pessoais, em nenhum dos seus negócios, após ataque cibernético sofrido pela companhia no último dia 19.

A varejista disse que as operações dos centros de distribuição e backoffice foram restabelecidas na última semana. As operações de e-commerce nos sites e aplicativos tinham sido retomadas nos dias 21 e 22. A empresa acrescentou que mantém o trabalho de apuração, documentação e investigação sobre o ocorrido.

CSN (CSNA3)

A agência de classificação Fitch elevou nesta segunda-feira o rating de longo prazo em moedas estrangeira e local atribuídos à CSN de BB- para BB, com perspectiva positiva. Segundo a Fitch, os ratings refletem seus sólidos negócios de minério de ferro e sua forte posição no mercado brasileiro de aços planos, bem como a competitividade de custos dos negócios.

“As elevações acompanham os esforços contínuos da CSN para fortalecer substancialmente sua estrutura de capital, incluindo pagamento de dívidas, refinanciamentos e vendas de ativos”, afirmou a agência do relatório, citando ainda os elevados preços do minério de ferro e a flexibilidade operacional da CSN, que sustenta seu fluxo de caixa por mais de dois anos.

Vibra (BRDT3)

Nova joint venture criada por Vibra Energia e Copersucar deverá transacionar em seu primeiro ano de atuação 9 bilhões de litros de etanol, com R$ 30 bilhões de faturamento, tornando-se a maior comercializadora do biocombustível no Brasil, conforme explicaram executivos de ambas sócias nessa segunda-feira.

Inicialmente, a previsão é que cerca de 90% do volume anual da nova companhia –que ainda será nomeada– seja originado e vendido no mercado doméstico, mas a expectativa é que transações internacionais ganhem mais peso ao longo do tempo, apontaram eles, sem prever montantes.

“Na medida em que o etanol se transforma em commodity global, e a gente acredita que isso vai acontecer ao longo dos próximos anos nessa transição energética que estamos vivendo, os fluxos de exportação e importação serão cada vez maiores”, disse o diretor Comercial e de Operações da Copersucar, Pedro Paranhos.

Engie Brasil (EGIE3)

A elétrica Engie Brasil Energia assinou na segunda-feira contrato para a venda do complexo termelétrico Jorge Lacerda, movido a carvão mineral em Capivari (SC), à Diamante Holding, controlada da Fram Capital, por até R$ 325 milhões, informou a empresa em fato relevante. Segundo a Engie, R$ 210 milhões serão pagos no fechamento da operação e até R$ 115 milhões estão sujeitos ao cumprimento de determinadas condições previstas contratualmente.

Stone (STNE)

A empresa de meios de pagamentos StoneCo teve prejuízo no segundo trimestre, com uma provisão extra, após admitir ter sido surpreendida com falhas em seu negócio de crédito.

A companhia anunciou nesta segunda-feira que teve prejuízo ajustado de R$ 150,5 milhões no período, ante lucro de R$ 150,3 milhões um ano antes. Em termos líquidos, a companhia teve lucro de R$ 526 milhões, mas devido a um ganho contábil de R$ 715 milhões com a marcação a mercado de alguns investimentos.

-Fonte: Infomoney