Méliuz precifica follow-on a R$ 57 por ação, prévias operacionais de MRV, EzTec e Tenda; Cruzeiro do Sul faz aquisição e mais

Em destaque no radar corporativo, a Méliuz precificou as suas ações a R$ 57 em follow-on, a Duratex anunciou investimentos e mudanças na sua marca, enquanto o Cruzeiro do Sul comunicou a compra do grupo universitário Moura Lacerda por R$ 54 milhões, valor que será pago em cinco anos.

Já três companhias divulgaram prévias operacionais do segundo trimestre de 2021. A MRV anunciou que seus lançamentos de abril a junho somaram R$ 2,40 bilhões em valor geral de vendas (VGV), alta 5,4% sobre um ano antes. Já a construtora Eztec informou que teve vendas líquidas de R$ 284,7 milhões no segundo trimestre, alta de 20,7% sobre o desempenho dos três primeiros meses do ano e mais que o dobro em relação ao vendido no mesmo período do ano passado. A Tenda, por sua vez, registrou lançamentos de 20 empreendimentos, totalizando o recorde de R$ 986 milhões (alta de 56% na base anual).

Elétricas

Às 11h, é realizado na B3, o leilão de privatização onde o Governo do Estado do Rio Grande do Sul deve vender sua participação de 66% na CEEE Transmissão pelo valor mínimo de R$ 1,7 bilhão.

A XP aponta que, de acordo com o noticiário, CPFL, CTEEP, Taesa, Alupar e os fundos de pensão CPPIB e CDPQ devem participar do leilão, portanto a competição deve ser alta.

“Apesar de ser um ativo importante (aproximadamente R$ 870 milhões de RAP, a Receita Anual Permitida) enxergamos retornos limitados mesmo no valor mínimo. Para encontrar valor na aquisição, o comprador deverá assumir ganhos de eficiência relevantes. Estimamos a participação do Estado do Rio Grande do Sul na CEEE Transmissão em R$ 1,75 bilhões sem assumir ganhos de eficiência”, aponta.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Partidos de oposição protocolaram uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a lei que permite a privatização da Eletrobras. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) é assinada por PSB, PSOL, Rede, PT, PDT e PCdoB e pede a “imediata suspensão da eficácia” da proposta, que foi sancionada pela Presidência da República na última terça-feira, dia 13. O documento pede também que o STF impeça a prática de quaisquer atos voltados ao processo de desestatização da estatal até que haja decisão definitiva de mérito da corte.

A oposição destaca que a privatização não poderia ter sido tratada por meio de medida provisória, pois se trata de matéria “técnica e complexa” e que demanda aprofundamento deliberativo. Os partidos mencionam que o relatório foi aprovado com diversas propostas estranhas ao texto original, conhecidas como “jabutis”, são “flagrante contrabando legislativo”.

“O Executivo propôs a privatização da Eletrobras, uma questão de natureza técnica e complexa, a demandar aprofundamento deliberativo, por meio de medida provisória. O intuito foi esquivar-se do devido processo para a edição de leis ordinárias, não tendo-se comprovado a caracterização do requisito da urgência a justificar a utilização do instrumento excepcional”, diz o documento. “Ainda, na conversão da medida provisória em lei, o Congresso Nacional, por meio de diversas emendas, inseriu no texto legal uma série de matérias estranhas à privatização da Eletrobras, o que caracteriza flagrante contrabando legislativo.

Duratex (DTEX3)

A fabricante de materiais de construção Duratex, dona de marcas tradicionais como Deca, Hydra, Portinari e Durafloor, anunciou na quinta um grandioso plano de investimentos de R$ 2,5 bilhões para o período de 2021 a 2025, visando expandir sua capacidade de produção de painéis de madeira, revestimentos cerâmicos, louças e metais sanitários.

A companhia também anunciou uma grande mudança na sua identidade. A partir de agora, passará a se chamar DexCo. A ideia é criar um nome que faz jus ao conglomerado em que se tornou a companhia, com atuação em diversos segmentos. Já o nome Duratex vem desde a fundação da empresa, há 70 anos, e se confundia com sua linha de produtos de madeira. Com o novo nome, o ticker das ações negociadas em Bolsa também vai mudar. A partir de 19 de agosto, será DXCO3 em vez de DTEX3.

MRV (MRVE3)

A MRV teve crescimento no volume de lançamentos e vendas no segundo trimestre, refletindo o ambiente de expansão forte da construção civil no país, mas viu uma queda na geração de caixa no período, com pressão de custos com matérias-primas e mudanças no repasse de recursos da Caixa Econômica.

A companhia anunciou nesta quinta-feira que seu lançamentos de abril a junho somaram R$ 2,40 bilhões em valor geral de vendas (VGV), alta 5,4% sobre um ano antes. As vendas totalizaram R$ 2,065 bilhões, aumento de 13,7% no comparativo anual. Segundo a MRV, seu processo de vendas garantidas, no qual as vendas só são registradas quando o comprador apresenta o financiamento bancário, fez com que parte das vendas não fosse lançada dentro do trimestre.

No período, as vendas garantidas da MRV, que na prática eliminam a chance de distrato, representaram 77% do total. Quase 2,5 mil imóveis vendidos no período não entraram na conta devido à falta da garantia de financiamento.

A MRV decidiu dar sequência à estocagem de parte da matéria- prima para suas obras, para evitar interrupções no fornecimento, o que resultou em consumo de caixa, que foi de 700 mil reais, após geração positiva de R$ 68,3 milhões um ano antes.

EzTec (EZTC3)

A Eztec anunciou na quinta-feira que teve vendas líquidas de R$ 284,7 milhões no segundo trimestre, alta de 20,7% sobre o desempenho dos três primeiros meses do ano e mais que o dobro em relação ao vendido no mesmo período do ano passado.

A empresa apurou também um salto nos lançamentos, com o equivalente a R$ 928 milhões no segundo trimestre, ante R$ 28 milhões nos três primeiros meses do ano, ou alta de 3.200%, e praticamente zero no mesmo período do ano passado. O total lançado de abril a junho deste ano corresponde a dois empreendimentos de alto padrão.

“Uma vez que o governo do Estado de São Paulo, em relação à pandemia, retrocedeu da fase vermelha para a fase de transição, os plantões de vendas retornaram às suas atividades presenciais desde o dia 18 de abril, viabilizando a retomada de lançamentos”, afirmou a companhia na prévia operacional.

Os distratos fecharam o trimestre na casa dos R$ 39 milhões, “volume ligeiramente superior que o trimestre anterior. Cabe reforçar que 40% dos distratos se refere a downgrades, upgrades ou transferências”, afirmou a empresa.

Tenda (TEND3)

A Tenda lançou 20 empreendimentos no segundo trimestre de 2021, totalizando o recorde de R$ 986 milhões, ou alta de 56% na base anual.

As vendas brutas no período chegaram a outro recorde, de R$ 959 milhões, alta de 39,1% na base anual e avanço de 18,1% na comparação trimestral.

A velocidade de vendas (VSO) atingiu também o patamar histórico de 38,3%. As vendas brutas no primeiro semestre totalizaram R$ 1,8 bilhão, alta de 44% frente 2020.

“A Tenda apresentou mais um trimestre positivo com volume recorde de lançamentos e de vendas, o que reforça nossa visão de resiliência do segmento de baixa renda e ganho de participação de mercado no programa Casa Verde e Amarela das grandes incorporadoras”, aponta a XP, reiterando recomendação de compra e preço-alvo de R$ 38 por ação;

Cruzeiro do Sul (CSED3)

A Cruzeiro do Sul anunciou na quinta-feira a compra do grupo universitário Moura Lacerda por R$ 54 milhões, valor que será pago em cinco anos.

Criado há quase um século, a Moura Lacerda tem sede em Ribeirão Preto (SP) e uma carteira de três mil alunos da educação básica à pós-graduação, com cursos superiores nas áreas de Engenharia, Medicina Veterinária, Arquitetura e Direito, informou a Cruzeiro do Sul em fato relevante.

Méliuz (CASH3)

A Méliuz precificou o follow on, ou oferta subsequente, a R$ 57 por ação, ou desconto de 4,4% em relação ao preço de fechamento da véspera, a R$ 59,60. A empresa levantou R$ 427,5 milhões com a distribuição primária, enquanto os acionistas vendedores captaram R$ 727,7 milhões, com a distribuição de 12,77 milhões de ações.

Os recursos com a oferta primária serão utilizados para ampliação da fatia da empresa em marketplace e serviços financeiros, além de potenciais aquisições de empresas consideradas estratégicas.

Vale (VALE3)

Os credores da mineradora Samarco, joint venture da brasileira Vale com o grupo anglo-australiano BHP, apresentaram na quinta-feira uma objeção à proposta de recuperação judicial apresentada pela empresa, segundo documento judicial visto pela agência internacional de notícias Reuters.

No documento, os credores afirmaram que o principal objetivo do plano proposto é proteger as gigantes da mineração donas da Samarco e reduzir os pagamentos futuros aos detentores de títulos e credores. Eles rejeitaram a oferta da Samarco de um desconto de 85% no valor a ser pago aos maiores credores da companhia, incluindo os acionistas Vale e BHP, que têm R$ 24 bilhões a receber da joint venture.

Sinqia (SQIA3)

A Sinqia, provedora de tecnologia para o sistema financeiro, comunicou que o Torq Ventures, seu programa de corporate venture capital, assinou contrato para investimento na Celcoin Pagamentos.

A companhia destaca que a Celcoin é pioneira no conceito de open finance no Brasil, e atende mais de 170 clientes incluindo bancos digitais, fintechs, programas de fidelidade e varejistas. “A Celcoin apresenta um posicionamento estratégico único e um potencial de crescimento enorme, impulsionado pela expansão na oferta de serviços financeiros no Brasil, e viu seu volume de transações crescer 4 vezes nos últimos 12 meses. Mensalmente, 8 milhões de pessoas transacionam mais de R$ 1,5 bilhão na plataforma”, ressalta.

Esse é o primeiro investimento direto minoritário anunciado pelo Torq Ventures, lançado em janeiro. O aporte de R$ 15 milhões compôs uma rodada de R$ 55 milhões, que contou com a liderança do Torq Ventures e co-investimentos do boostLAB e a Vox Capital. Os recursos serão destinados à obtenção de licenças perante o Banco Central e à expansão das
operações da Celcoin.

A Sinqia informou que tem como objetivos nesse investimento (i) reforçar sua estratégia de open finance; (ii) se posicionar no mercado de infraestrutura para bancos digitais e fintechs; (iii) explorar sinergias comerciais, distribuindo as soluções da Celcoin na sua base de clientes e viceversa; e (iv) explorar sinergias técnicas, fornecendo softwares para suportar a expansão das operações da Celcoin.

-Fonte: Infomoney