Tesouro Direto: na volta das negociações, taxas dos títulos públicos recuam nesta 6ª

Papéis prefixados e atrelados à inflação de prazo mais curto pagam retornos maiores do que os títulos mais longos

SÃO PAULO – A sessão desta sexta-feira (29) começou com nova interrupção nas negociações de títulos públicos feitas pela plataforma do Tesouro Direto. Após cerca de quarenta e cinco minutos de interrupção, as operações foram retomadas, por volta das 10h30.

A suspensão é fruto do aumento da volatilidade nos preços e taxas. Na volta dos negócios, o mercado de títulos públicos opera com alta nos juros, mas apresenta leve recuo em relação aos percentuais vistos na abertura da sessão. O destaque está nos prêmios pagos pelos papéis de prazo menor.

O retorno pago pelo Tesouro Prefixado com vencimento em 2024, por exemplo, era de 12,35% ao ano, em linha com os 12,34% vistos na sessão anterior. O valor representa um recuo em relação aos 12,64% registrados na abertura dos negócios.

Enquanto isso, o retorno do papel com vencimento em 2031 e pagamento de juros semestrais era de 12,13%, frente aos 12,05% ao ano registrados na tarde de ontem. Na prática, isso representa uma diferença de 21 pontos-base entre a remuneração oferecida pelo título com vencimento em 2024 e o papel com prazo até 2031.

Da mesma forma, o retorno real oferecido pelo título atrelado à inflação com vencimento em 2026 avançava de 5,51%, na sessão anterior, para 5,61% ao ano, na retomada das negociações.

Já o juro real do Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2055 e pagamento de juros semestrais era de 5,59%. Um dia antes, a remuneração era de 5,51%.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidas na volta das negociações na manhã desta sexta-feira (29): 

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

PEC dos precatórios, Auxílio Brasil e chapa

Entre os destaques da cena local estão as negociações em torno da PEC dos precatórios. Ontem (28), a votação da proposta foi adiada mais uma vez por falta de quórum e ficará para a semana que vem, segundo apuração da Reuters com Ricardo Barros (PP-PR),  líder do governo na Câmara.

A PEC dos precatórios é vista como fundamental para custear os R$ 400 do Auxílio Brasil, nova versão do Bolsa Família proposta pelo governo federal. O problema é que, segundo a colunista Carla Araújo, do portal UOL, com o impasse para a aprovação da PEC o governo não deve cumprir com a promessa inicial de pagar Auxílio Brasil de novo valor já em novembro.

Segundo informou o Ministério da Cidadania ao site, a folha de pagamento de novembro já “está rodando” sem incluir o benefício de R$ 400. No entanto, a pasta reforçou o compromisso com o novo valor e disse que a diferença será paga retroativamente em dezembro.

Reportagem publicada hoje (29) pelo jornal Folha de S. Paulo afirma que, com as dificuldades de criar o novo programa social dentro do orçamento tradicional, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve abrir caminho para que a discussão sobre a prorrogação do auxílio emergencial, retomada pelo governo, prossiga.

Também na cena política, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou duas ações que pretendiam cassar a chapa vitoriosa de 2018, formada pelo presidente Jair Bolsonaro e o vice, general da reserva Hamilton Mourão, por suposto disparo maciço de mensagens em redes sociais e suposto uso fraudulento de documentos de idosos para essas iniciativas.

Radar externo

Enquanto isso, na cena internacional, as atenções estão voltadas para os dados de inflação na Europa.

A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro atingiu 4,1% em outubro, maior nível desde julho de 2008, intensificando pressões para que o Banco Central Europeu (BCE) aperte sua política monetária, que ontem ficou inalterada.

Também hoje, a Eurostat divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro avançou 2,2% no terceiro trimestre na comparação com o trimestre anterior. Os dados são preliminares.

O resultado superou a previsão de analistas consultados pela FactSet, de alta de 2%. Na comparação anual, o PIB do bloco cresceu 3,7% entre julho e setembro. Neste caso, o consenso da FactSet também era de aumento menor, de 3,5%.

-Fonte: Infomoney