Veja as ações que alguns gestores de fundos estão apostando

Em evento da XP, Dahlia Capital, Truxt Investimentos e Miles Miles Capital contaram um ativo que estão otimistas e têm na carteira

A parte mais esperada de palestras com gestores de investimentos costuma ser o “qual é a boa?”. Em um painel da Expert da XP, comandado por Luciana Seabra, sócia e fundadora da casa de análises Spiti, três gestores revelaram uma ação que estão muito confiantes e apostando na valorização. Veja qual:

Dahlia Capital

De número atômico 23 na tabela periódica, o Vanádio é um elemento químico que está sendo usado em baterias de energia. É nele que a equipe de gestão da Dahlia Capital está apostando, uma vez que ele é um material mais eficiente e mais barato do que o lítio, que é mais usado hoje.

“Uma coisa que estudamos muito na Dahlia é emergência climática e as energias renováveis. Vamos precisar fazer nossa transição de matriz energética para uma matriz mais limpa. Porém, a solar não é o tempo todo e nem todo dia que produz e a eólica também não. Apesar de serem energias limpas, não são perenes. Por isso vamos precisar cada vez mais de soluções para armazenar energias, as baterias”, contextualiza Sara Delfim, sócia fundadora da gestora.

Ela diz que a questão climática vai forçar maneiras mais limpas de produzir energia, ao mesmo tempo em que nossa vida também exigirá mais consumo de energia. “O preço do vanádio está na máxima histórica, mas tem potencial para subir muito mais.”

Por isso, a gestora tem na carteira a Largo Resources, uma empresa canadense que trabalha com vanádio e cuja mina fica no Brasil. As outras empresas que gosta são também ligadas à temática ambiental, como Ômega e Ambipar, além de WEG.

Truxt Investimentos

A aposta de Bruno Garcia, sócio e diretor de investimentos da Truxt Investimentos, é em XP Inc., ação negociada na Nasdaq, nos Estados Unidos. Ele cita que a empresa está ganhando espaço rápido no mercado financeiro brasileiro e, ao lado de BTG Pactual e Inter, roubando parcelas importantes e capital dos bancos tradicionais.

“É um mercado potencial de trilhões e que ainda tem 70% do dinheiro nas grandes instituições. Quando colocamos em perspectiva, a XP lucrava R$ 1 bilhão por ano e agora faz isso em três meses, mesmo com desafios maiores, como de remunerar melhor seus assessores de investimentos. Tem capacidade de dobrar o valor sob custódia, hoje de R$ 800 bilhões, só pelo fato de clientes encerrarem relacionamento com os bancos tradicionais e migrarem para a XP”, explica.

Ele ressalta ainda que a companhia está investindo em atrair empresas e desenvolver seu banco de atacado, que é outro ponto positivo, além de passar a oferecer empréstimo imobiliário e lastreado em cotas de fundos. “A XP negocia 30 vezes o lucro, mas cresce muito rápido”, aponta.

Ele cita que a oportunidade está aí desde que o Itaú anunciou que vai entregar as ações da XP e o mercado precificou uma enxurrada de ações para entrar.

Miles Capital

Para Fabiano Custodio, gestor da Miles Capital, há uma oportunidade ainda pouco explorada pelo mercado no papel da empresa de equipamentos tecnológicos Intelbras. “Temos uma posição relevante em Intelbras, uma ação que fez IPO [abertura de capital] no meio de um batalhão de outros e, por isso, muita gente não olhou”, diz. “O papel subiu rapidamente, mas acredito que está só começando”, completa.

Ele cita que os múltiplos da empresa estão descontados em relação a pares. Na análise do Roic (Retorno Sobre Capital Investido), indicador que avalia a rentabilidade do investimento aplicado pelos acionistas e credores na empresa, por exemplo, está em 40 ante 20 de uma cesta de ativos comparáveis. Comparando o valor com o lucro esperado para o ano que vem, a Intelbras apresenta múltiplo de 17 contra 30 desta cesta.

“O ‘valuation’ está descontado com relação ao perfil de crescimento e retorno melhor. A Intelbras se posicionou em um segmento que vai ter mais forte crescimento”, acredita o gestor. Ele cita ainda sua atuação no setor de energia solar, que deve saltar, segundo estimativas do mercado, de 3 gigabytes hoje para 13 gigabytes em 2030, ou seja, multiplicar por quatro.

“Ela teve R$ 400 milhões de receita com energia solar este ano e ano que vem tem potencial de, organicamente, ter pelo menos R$ 1 bilhão. Além da excelente oportunidade e aquisição que há hoje, ela tem caixa e não está alavancada, pode aproveitar”, diz. Apesar de a ação já estar valendo quase o dobro do IPO, em R$ 30 cada, ainda tem muito valor para acrescentar, na opinião do gestor.

-Fonte: Valor Investe